Sempre lembro desta história contada na faculdade de comunicação.
O editor viu que sobrava
espaço na primeira página do jornal que circularia no dia seguinte. Já era noite, chamou o redator e exigiu
urgência: “quero um editorial sobre Jesus
Cristo”.
Como todo jornalista empregado
de jornal não tem opinião nem liberdade de expressão – ele apenas exprime a
vontade e a opinião do patrão – o redator quis saber: “contra ou a favor”.
O estudante de jornalismo fica assim sabendo desde a faculdade que se quiser liberdade de expressão terá que editar o seu próprio jornal.
Com exceção deste caso, fica
sabendo também que é muito mais fácil falar e escrever contra do que a favor.
Para se escrever a favor dá
trabalho. Tem que ter argumentação. Tem que ter
conhecimento de causa. Tem que ter informação. Tem que saber o que diz e o que
ocorre no mundo.
Quando se é contra, é fácil, não
precisa argumentar nem raciocinar. Nada que se diga ou invente estará muito
longe do fato, pois, mais importante que o fato é a sua versão. Desde que não
contrarie o patrão que é o dono da liberdade de expressão.
Liberdade de imprensa é uma
coisa. Liberdade de expressão é outra muito diferente.
A de imprensa é garantida
pela Constituição Federal. Qualquer um tem a liberdade de editar um jornal.
A liberdade de expressão
também é garantida pela Constituição, sendo vedado o anonimato; mas na grande imprensa, somente quem pode
permiti-la são as poucas famílias que a comandam.
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