Quem foi corno nunca perde a
majestade. Quem foi chifrudo costuma odiar as mulheres. É um misógino e apenas as usa e abusa, sem
jamais respeitá-las.
Para o corno, as mulheres são
todas vagabundas, cachorras. Nem todas, porém, merecem ser estupradas.
“Algumas
não merecem porque são muito ruins, porque são muito feias. Não fazem meu
gênero. Jamais as estupraria” – diz o
chifrudo expondo todo o seu rancor contra aquela que o chifrou. E disse mais: “Eu sou a vítima. Ela é a agressora”.
Para o corno, estupro é como um prêmio do qual nem todas as mulheres
são merecedoras.
Muita gente concorda
com ele e se manifesta positivamente nas redes sociais em favor do chifrudo.
Alguns não só pra defendê-lo, mas para exaltar a nobreza de caráter e a
coragem da atitude do corno covarde. Atuam no cerne do ódio.
Vejo
mulheres chamando a ofendida de vagabunda, cadela. Homens afirmando que o corno
foi até bonzinho e que no lugar dele dariam um murro na cara daquela vaca
defensora de bandido. E que a mulher ficou ofendidinha porque foi rejeitada por
um homem de quilate.
Devem ser
todos cornos. São infelizes, e todo castigo do mundo para o corno é pouco.
A derrota
inesperada, o fracasso na eleição subiu-lhes à cabeça e motivou esse discurso de ódio declarado que já vivia
latente nas mentes mais poluídas. E com o apoio maciço da mídia manipuladora
ganhou uma força inédita e infamante.
Agora, então,
que a Dilma venceu o terceiro turno, os canalhas fascistas raivosos e caricatos estarão sempre assanhados
para denegrir quem não aceita as infâmias e impropérios proferidos pela boca
maldita de um corno.
E eu aqui
fico sentindo a vergonha alheia por dois camaradinhas de Muriqui que eu
conheço.
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