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terça-feira, 22 de junho de 2010

DUNGA x GLOBO

Nunca escrevi um palavrão neste blog, mas aqueles que o Dunga falou para um repórter da Globo – que ontem passou o dia pressionando a FIFA para punir o técnico e hoje dedica manchetes e muito espaço para combatê-lo - eu posso repetir aqui: “besta, burro, cagão”. Dirijo-os à maioria dos jornalistas esportivos.

Houve um tempo em que jornalista esportivo levava porrada na cara. De mão aberta para humilhar, como eu vi Castor de Andrade fazer com um comentarista da Rádio Globo em treino do Bangu. Ou como fez Pelé com outro na concentração brasileira no México, durante a Copa de 70. Pelé nunca mais teve qualquer simpatia da imprensa esportiva.
Claro que eles tiveram os seus motivos, assim como Maradona que vive agredindo verbalmente a imprensa esportiva de seu país. E como Dunga os tem para tratar a imprensa esportiva à distância e tal como ela merece.
E por não se submeter às ordens da Globo que se julga ainda tão poderosa como era antes da internet, Dunga se vê vítima de uma campanha vil e nefasta. Hoje, os jornais da Globo e sua linha auxiliar – O Dia – dedicam suas manchetes para pedir a punição do Dunga. Punição que a FIFA afirmou, hoje, não ver motivos para abrir processo disciplinar contra o técnico.
A recusa de Dunga em aceitar um acordo feito entre o presidente da CBF e a Globo para permitir entrevistas exclusivas com os atletas foi a razão da Globo para a insidiosa campanha. Não foram os “pseudo-palavrões”.
O UOL apurou que “o incidente entre Dunga e Alex Escobar ocorreu quando o jornalista conversava ao telefone com o apresentador Tadeu Schmidt exatamente sobre este assunto. O técnico percebeu o que ocorria e perguntou: “Algum problema?”. Escobar respondeu: “Nem estou olhando para você, Dunga”. O técnico replicou em voz baixa, o suficiente para ser captado pelo microfone a sua frente: besta, burro, cagão!”
Menosprezar o técnico, não respeitar a sua autoridade, inventar calúnias, xingá-lo é jornalismo. Desde quando xingar jornalista de cagão é crime?
No mesmo dia, durante o “Fantástico”, Tadeu Schmidt falou: “O técnico Dunga não apresenta nas entrevistas comportamento compatível de alguém tão vitorioso no esporte. Com frequência, usa frases grosseiras e irônicas”.
O jornalista da Globo não mencionou, no entanto, o motivo do atrito, ou seja, a recusa do técnico em aceitar um acordo feito entre o presidente da CBF e a emissora.
E como Dunga não baixou a cabeça para a Globo, está conquistando o apoio da internet. Uma nova campanha nos moldes do “Cala a boca Galvão” foi lançada: é o “Cala a boca Tadeu” que já dominou o Twitter. Além disso, os internautas querem criar o dia sem a Globo. Será na sexta-feira, dia do jogo contra Portugal.
Vamos todos apoiar esse gigante Dunga que acabou com os privilégios da Globo junto à seleção. Para mim, que vejo o jogo sempre pela Bandeirantes, todo dia sempre será dia sem Globo.
“Uma bobagem? Não, nada é uma bobagem quando desperta os sentimentos de liberdade, de dignidade, quando faz as pessoas recusarem a tirania, quando faz com que elas se mobilizem contra o poder injusto” – disse Brizola Neto em seu Tijolaço de hoje.

P.S.: Lembrei de outra do Castor. Quando o Bangu perdeu o bi-campeonato para o Botafogo em 1967, o João Saldanha partiu para a ofensa pessoal contra a família Andrade no programa Mesa Redonda, à noite na Globo. Castor invadiu o estúdio, chutou o pau da barraca e tirou o programa do ar.

4 comentários:

Pensando XXI disse...

Também acho plausível o comportamento do Dunga, dentro do contexto. A Globo sempre sacaneou o Dunga, desde que criou a expressão pejorativa "A Era Dunga". Ele vem aturando todo tipo de divulgação de mentiras, fofocas e falsas crises na seleção como forma de pressionar pela concessão de entrevistas exclusivas. A Vênus Platinada sempre esteve acostumada a alavancar sua audiência com privilégios junto às comissões técnicas anteriores.
Agora, com Dunga recusando entrevistas exclusivas à Primeira Dama Fátima Bernardes (que, mimada e desacostumada com a falta de prestígio, caiu até doente), resolveu descarregar sua força bélica de forma mais incisiva contra o técnico brasileiro.
Na tal coletiva, segundo testemunho de repórteres presentes, enquanto Dunga respondia a uma pergunta, o Alex Escobar o chamava de insuportável ao telefone. Dunga ouviu e perguntou: algum problema? Mas o. covarde jornalista disse: eu nem estava olhando pra você Dunga. Ao que este, com toda razão, o chamou de cagão.
Grosseria? Sim. Mas a Globo e esta equipe que se acha dona do Brasil bem que merece.
No Globo Online, a matéria que trata do assunto já deve estar com uns 2.000 comentários, sendo 95% deles de apoio ao Dunga e contrários à tirania da Globo.

Anônimo disse...

Em outras Copas, a ‘TV Globo’ teve liberdade para trabalhar nos bastidores da Seleção, direito que não era estendido a profissionais dos demais veículos de comunicação — entre eles, o próprio Dunga, que já foi comentarista do ‘Bandsports’ em Copa. Quem não lembra da apresentadora Fátima Bernardes até viajando no ônibus da delegação brasileira?

Paulo Roberto disse...

Meu pai pediu para perguntar se você é o Lacerda que foi diretor do Bangu na gestão de Zizinho e Castor entre 1963 e 1967.

LACERDA disse...

Sou eu mesmo. Fui diretor e conselheiro do Bangu naquela fase áurea.
Quem é seu pai? Um abraço para vocês dois.