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domingo, 6 de junho de 2010

CINCO POR CENTO

Surge mais uma pesquisa eleitoral e lá estão aqueles 5% que consideram o governo ruim/péssimo. Em todas as pesquisas de todos os institutos, não importam as datas em que foram realizadas, lá estão aqueles cinco por cento que somente conseguem ver o que há de ruim e péssimo no governo Lula.
Encontrei um componente dessa imensa minoria de brasileiros. É um idoso comerciante de Muriqui, militar reformado, assinante de O Globo e da Veja. Ele odeia o Lula.
Começou a falar de política comigo em frente ao seu pequeno comércio. Demonstrava todo o seu preconceito para com o presidente. Afirmava que nunca havia lido e ouvido tanta notícia sobre corrupção no país.
Argumentei que nunca a Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério Público, a Procuradoria Geral da República, o Tribunal de Contas da União, trabalharam tanto como agora. Que quem investigava e descobria os casos de corrupção era o próprio governo que implantou uma verdadeira faxina nos órgãos públicos e que somente depois os casos ganhavam os holofotes da imprensa. Que o governo anterior preferia esconder a corrupção que sempre existiu e que existirá sempre. Que quanto à punição dos envolvidos tudo dependeria do Poder Judiciário, não mais do Poder Executivo.
Ainda argumentei com as mudanças ocorridas nos últimos anos. A inflação controlada, o quase pleno-emprego, o salário mínimo de 300 dólares, o aumento na renda do trabalhador, o respeito conquistado pelo país em todo o mundo, o adeus ao FMI, etc, etc, etc, etc, etc e etc e et cetera.
O velho comerciante, então, apelou para os problemas da segurança, da saúde e da educação, que o povo ainda estaria enfrentando. Que se algo havia de bom era resultado de ações do governo anterior.
Sentado no meio-fio, o porteiro do prédio ao lado, que ouvia calado a discussão, sorriu.
Senti que o sorriso era uma demonstração de aprovação aos meus argumentos. Dirigi-me a ele estimulando-o a entrar na discussão.
“Eu hoje tenho tudo que um rico tem – disse o porteiro – tenho emprego, tenho celular, tenho computador, tenho TV de 42 polegadas, tenho conta bancária, tenho casa e até um carro na garagem. É velho mas é meu. E meu filho está cursando a faculdade.”
E há oito anos? Como era a sua vida? Perguntei.
“Estava desempregado, passando dificuldade, não tinha nada – e completou – é por isso que eu vou votar na Dilma Rousseff.”
Falei, então, que o atual governo em absolutamente nada mudou a minha vida particular, mas que sentia-me feliz por ver a mudança ocorrida com a população mais carente. E despedi-me daquele componente dos cinco por cento orgulhoso por pertencer a pequena maioria de 95% dos brasileiros que tem olhos para ver.

Um comentário:

LACERDA disse...

Pela última pesquisa do IBOPE, os 5% foram reduzidos para 3%.