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segunda-feira, 8 de março de 2010

MULHER

Deixo à poesia antiga (1925) de meu pai - apaixonado por tantas mulheres e que me ensinou a amá-las - esta exaltação à mais sublime Criação Divina.

FASCINAÇÃO
Filha dileta da beleza pura,
De cútis alvo-rósea acetinada...
Por entre flores, em manhã dourada,
Surgiu-me - diz-me porquê - tal criatura.

Por sua voz, minh´alma apaixonada
Vibra, palpita, em ânsias de loucura...
Ao seu olhar, p´ra mim doce ventura,
Se é noite, nasce o sol, faz-se a alvorada.

Olha-me... curva-se o meu ser contrito.
Fala-me... aos céus amargurado eu grito
A implorar o amor dessa mulher divina.
Nesta loucura, eu vou levando a vida,
A desejar essa maçã tão doce e proibida.
É a minha comovente e dolorosa sina.

INCERTEZA
Viver amando alguém que amar não sabe,
N´alma gravada a imagem que se adora,
Sem esperança que tal sina acabe,
Que finde a dor que meu viver devora.

Antes morrer! Que uma tal dor não cabe
Dentro do peito meu que o amor implora...
Antes o mundo sobre mim desabe
Que tal viver levar qual levo agora.

Antes ser cego, surdo, mudo ou mesmo
Viver no mundo como um pária a esmo
Ser ter no peito o mal que me trucida.
Que outro não existe mal assim tão fero
Do que sentir no peito amor sincero
E a alma não ser igual correspondida.

ESPERANÇA
De tez alabastrina, alva, impoluta,
É a donzela que o meu ser fascina.
Corpo talhado pela Mão Divina
E voz que encanta a quem, feliz, a escuta...

Eu que venero esta sutil menina,
Trago minh´alma em tormentosa luta,
Por muito amar essa lourinha astuta
Que não me quer, mas que meu ser domina.

Embora assim eu viva atormentado,
Não me abandona a mágica esperança
De vê-la um dia plácida ao meu lado...
Feliz no mundo, então, serei risonho
Ao lado da mais bela e meiga criança
Que há de viver comigo no meu sonho.

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