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terça-feira, 3 de março de 2009

DÍZIMO PERIÓDICO


A gente aprende na escola e não esquece o que é uma dízima periódica.
É um número que quando escrito no sistema decimal apresenta uma série infinita de algarismos decimais que, a partir de um certo algarismo, qualquer um, se repetem em grupos de um ou mais algarismos, ordenados sempre na mesma disposição e chamados de período.
Não sei porque, mas quando fui acusado de preconceito religioso – veja comentários na postagem de janeiro intitulada “Protetantes saúdam Iemanjá” – eu logo me lembrei da dízima periódica, aquele número sem fim que sempre caía nas provas de matemática e nos levava à frustração do erro.
Para provar que não tenho preconceito contra os protestantes, reproduzo aqui parte da minha postagem de dezembro intitulada “Gerra Santa” em que comentei o sumiço da santa – nada a ver com Jorge Amado – em um condomínio de Vila Isabel.
“Evangélico eu também sou, minha senhora, o síndico é protestante. E não digo isso menosprezando a doutrina criada por Martinho Lutero – um monge católico que foi preso e excomungado - que promoveu a reforma protestante do cristianismo no auge da inquisição conduzida pela igreja católica.
Eu só não entendo é porque os protestantes não se orgulham de dizer: sou protestante. E se dizem evangélicos, como se o evangelho somente a eles pertencesse.
A intolerância e a radicalização religiosas levam a consequências funestas. A grande maioria das guerras teve início a partir da intolerância religiosa.
No Afeganistão, quando tomaram o poder, os talibãs dinamitaram as imagens dos budas gigantescos, históricas obras de arte do budismo pré-islâmico e consideradas patrimônio da humanidade. Qualquer semelhança com o síndico, e com aquele infeliz que chutou a imagem de N.S. de Aparecida na televisão, não é mera coincidência.”

Mas, voltemos à dízima periódica. Ela me fez lembrar do dízimo periódico que, como a dízima, não tem fim e é também frustrante para quem tem tão pouco. Lembrei, também, de uma imagem que trazia guardada em meu computador para um momento como esse. Vejam a imagem acima com atenção: é um diploma de dizimista. Tem a assinatura do dizimista e, pasmem, o Sr. Jesus Cristo é o abençoador do diploma.
Como conseguiram a assinatura d´Ele? Trata-se de um milagre?
“Simulados milagres em qualquer esquina
Que um cabeça de bagre tem como doutrina...
É o falso profeta prevendo o passado
E fazendo a coleta, fica endinheirado.
O devoto que paga foi abençoado,
"Curou" sua chaga e expulsou o “danado”...
E onde está a polícia? Qual é a solução?
Apelar pra milícia? Chamar o ladrão?”

Esses versos fazem parte da postagem que fiz em setembro intitulada “Tom Jobim que me perdoe”.
Não tenho qualquer preconceito religioso. Toda doutrina é importante para impor limites na sociedade. O que eu não posso admitir é a intolerância, o desrespeito para com as outras doutrinas.
E não suporto ver alguém se prevalecer de uma delas para tirar proveito próprio.

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