segunda-feira, 13 de outubro de 2008
MINHOCAS DA TERRA?!
A xenofobia de parte da elite dominante de Mangaratiba criou a alcunha “minhocas da terra” para designar os habitantes nascidos ou que vivem há muito tempo no município. Enquanto chamam de forasteiros aqueles que vieram algum tempo depois.
Esquecem que tudo começou com índios tupiniquins baianos e padres jesuítas portugueses que para cá vieram construir um povoado. Esquecem que o crescimento da cidade se deveu principalmente àqueles que vieram de longe e a escolheram para residir há cerca de 10, 20 anos ou mais.
Por que chamar de forasteiros aqueles que escolheram investir e morar em Mangaratiba?
Esse preconceito com o lumpemproletariado não pode atingir a todos indiscriminadamente.
Estou falando isso porque ninguém é mais cidadão dessa cidade do que eu que vim morar há cinco anos, mas sempre tive casa aqui em Muriqui.
E ninguém é mais cidadão de Mangaratiba do que José Luiz do Posto, o vereador mais bem votado do município com 1.127 votos.
Parodiando o nosso presidente: nunca na história desse município um candidato a vereador havia ultrapassado os mil votos.
Parabéns, José Luiz. Foi uma grande vitória.
Como eu lhe disse, você não precisava de mim para obter essa tempestade de votos e dar um banho nos “minhocas da terra”.
Sua eleição, porém, me fez lembrar de um discurso de Maurício Azêdo - hoje presidente da Associação Brasileira de Imprensa - na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Ele foi o vereador mais atuante da Câmara. Um vereador extremamente dedicado aos trabalhos legislativos e sempre preocupado em exercer um digno mandato. Seu carro era um fusquinha bem surrado. Era tão digno que a maioria se livrou dele indicando-o para conselheiro do Tribunal de Contas do Município. Tive a honra de conviver cordialmente com Maurício Azêdo quando ele passou a presidência da Comissão de Justiça e Redação para o vereador Jorge Felippe
Maurício Azêdo tinha sido eleito com o menor número de votos entre todos os vereadores cariocas. Logo no início da legislatura, ele subiu à tribuna para dizer, em resumo, exatamente o seguinte: "Quero afirmar aos meus nobres colegas que ninguém aqui, absolutamente ninguém, é mais vereador do que eu."
Lembre-se disso Zé. Sua votação vai lhe permitir sonhar um vôo mais alto. Mas, na Câmara, ninguém será menos vereador do que você.
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