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sábado, 18 de outubro de 2008

GABEIRA OU EDUARDO PAES? TANTO FAZ...

Se eu ainda fosse eleitor carioca, teria que fazer agora algo impensável: anular o voto.
Será dureza para os meus conterrâneos escolher entre a criatura que abomina o seu criador, cuspindo no prato em que comeu, e o torturado que exalta os seus hediondos torturadores.
A criatura largou o cargo que exercia como secretário municipal para – a mando de seu criador – assumir o mandato de deputado e, na tribuna da câmara federal, execrar o presidente, afirmando que uma quadrilha havia tomado de assalto o palácio do planalto. A criatura fazia dupla com ACM Neto, aquele anão que, da tribuna, afirmou que iria dar porrada no Lula e que os baianos repudiaram nesta eleição. Os dois, qual abutres, atacavam o presidente que julgavam morto.
O torturado, em sua sanha preconceituosa e oposicionista, teve a desfaçatez de afirmar o seguinte, em texto publicado pela Folha de São Paulo, em 18 de junho de 2005.

Ditadura e governo Lula compartilham o mesmo desprezo pela democracia...
Os militares batiam, davam choques e me insultavam na sessão de tortura, mas vi muitos dizendo que me respeitavam porque deixei um bom emprego para combatê-los com risco de vida... Eles viam ideais no meu corpo arrasado pelo tiro e pela cadeia... O PT queria que eu abrisse mão exatamente da minha alma e me tornasse um deputado obediente... Os militares jamais pediriam isso. Desde o princípio, disseram que eu era irrecuperável e limitaram-se à tortura de rotina... Jamais imaginei que seria grato aos torturadores por não me pedirem a alma
.”

Se não foi a sua mente, o seu espírito, o seu aplauso, a sua opinião, a sua alma, o que foi, então, que os torturadores queriam de você Gabeira?
A criatura, por oportunismo, mudou de lado, cuspiu no prato em que comeu durante mais de dez anos e foi pedir perdão a Lula. E hoje se promove ao lado dele na TV, nas rádios, nas ruas.
O torturado não tem a humildade de reconhecer que apenas ladrava enquanto a caravana seguia incólume às suas ofensas. Com toda a sua soberba, agora, afirma que, sendo eleito, o presidente que ele tanto desonrou terá que tratá-lo com igualdade e respeito.
Lá do alto de seu prestígio político mundial, Lula deve estar pensando: «quanto mais elevado é o meu vôo, mais pequenos me parecem aqueles que tentaram aviltar-me naquela campanha odiosa, preconceituosa, abjeta, nefasta e frustrada».
Amigos, no dia 26, aquele que conquistar a merecida derrota nas urnas me proporcionará imensa alegria e há de me compensar a tristeza e a decepção de ver a vitória do outro.

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