Total de visualizações de página

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

ELEIÇÃO EM MANGARATIBA: SOMENTE PARA DOUTORES E AUTORIDADES


Quando comecei a me interessar por política – e lá se vão mais de cinquenta anos – eu também pensava que vereador, deputado, prefeito, governador, presidente, eram cargos para gente formada com curso superior. Naquele tempo, votávamos em advogados, médicos, dentistas, professores, engenheiros e em autoridades civis e militares.
Minha mentalidade, porém, evoluiu.
As câmaras e assembléas legislativas têm que ser um espelho do povo ao qual representam. Povo que não é constituído apenas por autoridades e indivíduos com formação superior. Estes são minoria na sociedade, por que deveriam ser maioria na representação popular?
E passei a escolher verdadeiros representantes das classes sociais.
Passei a votar em candidatos que eu conhecia de fato e com os quais mantinha contato pessoal. Ou em candidatos que demonstraram dedicação na luta pelo progresso do país, do estado, da cidade ou da minha comunidade. Podiam ter curso superior ou não. Tinham, porém, que demonstrar capacidade para lutar pela melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade ou mesmo de uma classe social em particular.
Cheguei a votar no cacique Juruna que Leonel Brizola, com seu prestígio, levou à Câmara Federal somente para lembrar a todos a existência de uma nação indígena sacrificada e em processo de extinção.
Tive a honra de votar sete vezes – eu disse sete vezes – no Sr. Luiz Inácio Lula da Silva. Desprezei sempre os doutores PHDs que disputaram com ele aquelas sete eleições.
Contudo, o exemplo da bem sucedida administração federal desse operário que tem apenas o ensino fundamental ainda não sensibilizou o eleitor de Mangaratiba.
Aqui, foram eleitos apenas doutores e autoridades. O homem do povo, o legítimo representante popular, não terá vez nos próximos quatro anos em nossa Câmara Municipal.
Nem mesmo o vereador que demonstrou ser o mais autêntico representante do povo, aquele que permaneceu fiel ao contato diário com a população e que pôde mostrar serviço, foi reeleito. Ficou apenas como primeiro suplente.
Gente do povo como Manoel da Padaria, Reginaldo do Quiosque, Xikinho da Rádio e muitos outros não receberam os votos esperados. O quociente eleitoral não permitiu que André Banana fosse eleito. E até a Kelly, com todo o apoio do prefeito reeleito, ficou aquém das expectativas.
Faltou um Dr. à frente de seus nomes? Ou nosso povo ainda não aceita que um igual seja elevado ao nobre cargo de vereador?
No Rio, porém, um jornaleiro, feirante e palhaço de festa infantil, vai agora virar excelência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Lacerda, a grande verdade é que o direito nos tempos atuais trata e discute, que os diferentes devem ser tratados de maneira diferente. exemplo são as cotas nas universidades, vagas em concursos públicaos para deficiente físico entre outras. Esse tipo de mudança veio do seio do povo, porque o povo quer assim, o povo diferência as classes.
Se na hora do voto, um ciadão tiver dúvida entre um Dr e um comum, certamente escolhera o Dr. mesmo que saiba, que este seja um pilantra. O coronelismo no Brasil não acabou só mudou a forma de escolha. Antes era escolhido pela burguesia e hoje é o povo manipulado pela miséria, desemprego e fome, é quem escolhe seus coronéis. Senti isto na propria pele, pois usei o codinome político "Helinho Chaveiro", fui muito discriminado pois o povo não valora seus iguais, mesmo que tenham boas propostas, a valoração é pelo que vc possui ou pode oferecer. Maquiavel em o principe ja falava das formas de governo, e estas são aplicadas até hoje, a política brasileira é dividida em principados, (cada principado é comandado por um grupo, que manipula a vontade do povo) onde quem manda são os coronéis, que trocam as figurinhas quando é de seu interesse. (ex: Mangaratiba e Itaguaí), o PRÍNCIPE, botou e tirou quem quis
Por essas e outras hoje sou Dr. Helio de Carvalho, com codinome político "Dr HELINHO"