Isto sim é política pública.
Pequenino ele nasce
No alto da serra
E depressa ele foge,
Saltando entre as rochas...
Vestido de branco,
Ele pula do alto,
Um menino correndo
À procura do mar.
Escorrega no chão,
Brincando com as pedras...
Sozinho, ele traça
Seu próprio caminho,
Caminho sem volta
Cruzando o sertão
E trazendo pra vida
Uma vida melhor.
De repente, ele pára
Cumprindo a visão
Do profeta que um dia
Pregou no sertão.
Chiquinho menino
Virou Velho Chico.
Dividiram o caminho
Algum tempo depois...
Não está mais sozinho,
Com a transposição,
Ele, agora, é dois.
N.L.: Meu amigo Toco. o maior compositor da Mocidade, já falecido e que perdeu o samba-enredo sobre o Velho Chico, me inspirou a escrever este poema. O samba-enredo, que pra mim era melhor que o vencedor, começava assim: "Vem descendo a serra, um menino à procura do mar". O samba vencedor dos meus amigos Edu e Da Roça - onde estão vocês? - tinha uma parte que valia por todo o samba e que dizia "Bate batéia, na peneira fica
o ouro, o que cai
não é tesouro, deixa a
água carregar, casei
donzelas, me
fizeram oferendas, fiz
mistérios, criei
lendas, decidi
meu caminhar". Aqui pode ser ouvido o samba vencedor durante aquele desfile romântico e singelo de 1982.
2 comentários:
Tenho a impressão de que essa obra, além da demora pra ser executada, chegou tarde. O São Francisco já não tem tanta água. Mas vamos que vamos.
Levou mais de 150 anos, desde que D. Pedro II decidiu fazê-la. Lula e Dilma fizeram-na em cerca de dez anos. Não chegou tarde e, como tem mostrado a mídia, o rio nunca esteve tão pujante e repleto do precioso líquido sendo distribuído pelo sertão.
Não acredito que você fez este comentário.
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