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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

É FANTÁSTICO!

Foram 8 horas e meia sem luz, em Muriqui, desde as 4 da manhã. É fantástico como a Ampla é incompetente, mas não é sobre isto que eu quero falar.
É mais importante o fato da TV Globo me surpreender com o programa de ontem. O Fantástico não apresentou nenhuma reportagem sobre o BBB, nem qualquer entrevista com atores da novela das nove. Merece ser visto AQUI.
Apresentou ótima reportagem sobre uma bem sucedida operação da polícia federal que tinha como missão destruir plantações de maconha espalhadas nas reservas ambientais das grandes fazendas do país vizinho que nos manda 80% da erva produzida.
Outra boa reportagem foi sobre a pesquisa da DataPopular com mais de dois mil moradores de 63 favelas do país. O resultado mostrou que 94% do entrevistados se sentem felizes, 65% se consideram de classe média e 66% não querem saber de mudanças. A pesquisa mostrou que mais de dois terços dos moradores não sairiam da favela nem que o seu salário dobrasse.
Ficou claro que os onze milhões de moradores de favelas não se veem mais como antigamente, fato comprovado pelos sinais de prosperidade de um mercado consumidor que movimenta cerca de R$ 63 bilhões por ano.
O repórter visitou diversas residências e pôde constatar como são bem equipadas com fogão, geladeira, televisores, máquina de lavar, ar condicionado, móveis, tudo novo. Algumas têm até piscina.
A pesquisa do DataPopular mostra ainda que as pessoas estão saindo cada vez menos das favelas para se divertir. A maior diversão de um morador de favela é ir a uma festa dentro da comunidade: 45% deles fazem isso todo mês e 36% fazem churrasco uma vez por semana dentro da favela.
O Fantástico de ontem também mostrou resultado da última pesquisa DataFolha em que a Dilma permanece com o mesmo índice de aprovação verificado em novembro/13. E que ela ganharia a eleição no primeiro turno quaisquer que fossem os adversários.
A melhor reportagem, porém, foi sobre o atentado do Riocentro, em 30 de abril de1981. Novas provas levaram o MPF a denunciar 6 pessoas por envolvimento no atentado.
O Fantástico conseguiu com exclusividade o depoimento em vídeo de um personagem central desse caso, e que nunca deu entrevista sobre o atentado: o hoje coronel reformado Wilson Machado que estava em seu carro onde a bomba explodiu matando um sargento. E agora, pela primeira vez, é confrontado diante de uma câmera de vídeo.
Em 1981, o então capitão do Exército Wilson Machado era chefe de uma seção do DOI, o Destacamento de Operações de Informações, órgão de inteligência e repressão da ditadura militar.
O coronel negou tudo e chegou a tirar a camisa para mostrar a marca que sofreu com a explosão da bomba. Mas, não tirou a calcinha para mostrar a genitália que, segundo os jornais da época, foi estraçalhada pela bomba.
“O inquérito conduzido logo depois do atentado, em 1981, a gente não tem dúvidas de que foi direcionado para que as conclusões não chegassem a descobrir nenhum dos autores do atentado. Peritos foram pressionados, testemunhas foram ameaçadas, provas foram suprimidas do local do crime. Então, a gente não tem dúvida de que a primeira investigação no Riocentro foi direcionada para que o caso fosse acobertado, que não se descobrisse a verdade”, afirma Antônio Passos, procurador do MPF.
Tal qual sucedeu com o assassinato de Wlademir Herzog.
Suely do Rosário guardou silêncio desde aquela noite que mudou a vida dela e dos dois filhos. A viúva do sargento, agora, contou ao Ministério Público que foi ameaçada.
“No dia em que enterrei meu marido, não deram tempo nem para eu chorar a sua morte” – conta ela – “um tal de Dr. Luiz me falou: a senhora vai depor, veja bem o que vai falar, a senhora tem dois filhos pra criar”.
A reportagem ainda acrescentou que nos primeiros meses de 1980 foram 46 explosões atribuídas aos militares. Boa parte contra as bancas de jornais que vendiam publicações consideradas subversivas. Uma bomba foi enviada à sede da OAB, no Rio, que matou a secretária Lyda Monteiro.

Com todo o aparato investigativo que possuíam na ditadura, nenhum destes casos foi devidamente esclarecido até agora. A Comissão da Verdade, porém, está atuando para esclarecer e isto tem deixado os bolsonaros revoltados contra a Dilma.
Para terminar o programa, vi com alegria a palhaçada do Fred, em pleno Maracanã, para bater e perder mais um pênalti, enquanto a torcida pedia o Conca.
Enquanto o Jô e Tardelli arrazavam no Mineirão.

Um comentário:

Eduardo disse...

A Comissão da Verdade deve esclareccer também a morte de Celso Daniel.Ou foi menos hedionda???