Desde 2008, um blog de opinião.
O autor é politicamente quase incorreto.
É também um quase ateu, graças a Deus.
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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
EDUCADORAS!?
“Qualquer menino parece, hoje, um experimentado
e perverso anão de 47 anos” (Nelson Rodrigues)
Em
postagem anterior, ao final de sua declaração a favor do Bolsa Família, Marina
Silva se orgulha de ser professora. Professora,
sim. Não educadora como ouço e leio quando falam sobre as meritíssimas e mal
remuneradas professoras de Mangaratíba. Fui
casado com uma professora formada no Instituto de Educação. Foi uma ótima
professora primária. Formou-se em estatística e deu aulas de matemática
no segundo grau. Logo depois era professora de estatística no terceiro grau.
Tinha carisma, era querida e respeitada por todo o corpo discente e, também,
pelo corpo docente. Aprendi muito com ela. Como
a Marina Silva, tinha orgulho de ser professora. Jamais se declarou educadora. “Educadora eu sou do meu filho. E somente
dele. Os pais que me mandem filhos educados para a escola” - ela dizia. Será
que o Paulo Freire – o padroeiro da educação brasileira - tem razão quando diz “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a
si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Na verdade, somente
quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a
pensar certo. E uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos
demasiado certos de nossas certezas”. Talvez,
eu esteja errado em não aceitar o termo educadora que tem uma conotação de
professora idosa. Mas, como ficariam os poetas se extinguíssemos um termo
célebre, renomado e poético como professora. “Que saudade da educadorinha que me ensinou o bê-a-bá” – teria escrito Ataulfo Alves. Coisa feia não é? Agora, veja como é lindo a Clara Nunes lembrando da professorinha.
E Jorge
Faraj teria escrito assim para a melodia de Benedito Lacerda: “e no trem das educadoras, em que outras são
sedutoras, eu não vejo mais ninguém”. Fico imaginando um trem repleto de
senhoras idosas, todas de coque no cabelo, com buço e óculos de elevado grau, armação de tartaruga, algumas bem gordas, como
aquelas professoras de antigamente que não mais se fabricam.
Educação não é somente uma atividade, é, acima de tudo,
a construção de um saber que ultrapassa o sentido escolar e se torna uma
construção permanente na vida do ser humano. ”Tem se criticado muito uma visão da
educação que coloca muita ênfase no ensino e, conseqüentemente, no professor”
- afirma Dermeval Saviani, um filósofo da educação. “O que é ensinado em escolas e universidades não
representa educação, mas são meios para obtê-la” - completa o filósofo Ralph Emerson. E o gênio
Einstein, olha só o que ele disse: "Educação é aquilo que permanece
depois que esquecemos tudo o que aprendemos na escola." Então,
por que educadoras? Se o são, perdoem-me a franqueza, são péssimas e
incompetentes. Ou o Nelson não teria dito, com absoluta razão, aquela frase lá
de cima.
Veja a incoerência desta questão. Todos,inclusive as professoras, alegam que educação é recebida em casa e no entanto amam o termo educadoras...
Eu já penso que este termo é válido para os educadores, ou seja, todo profissional da área, envolvido diretamente com os alunos.
E justamente por isso, discordo que educação é uma tarefa somente da família. A família é a primeira célula social do indivíduo e é ali que se apresenta as primeiras regras de convívio em sociedade. a próxima etapa, e veja, ainda na primeira infância, a criança é apresentada ao mundo, quando são colocadas em uma escola. Ora, se ali não tivermos regras, novas ou as que já conhecemos, haverá um conflito muito grande para o "educando", pois é um caminho sem volta na medida em que novos horizontes são apresentados e eles podem ser excelentes ou não...
A tarefa do professor, além de apresentar o "conhecimento" em si, é também o de estimular ao questionamento e complementar os limites de convívio em sociedade... tarefa complexa que perdura por vários anos.
E considerando que a escola deve ter regras claras de convívio, e que todos os envolvidos são preparados para esta tarefa... então, estamos diantes de educadores.
Mas, isso só vale para os que se enquadrem nesta descrição, os que não aceitam esta tarefa, serão meros profissionais da educação...
Educação é uma parceria entre família e escola...ao menos para o ensino fundamental. Depois disso, é só informação e conhecimento!
Leila Castro,gostei(também)da última frase,concordo plenamente.Mas onde está a família?Antes costumava-se usar termos como: mestra,educadora,professora.Há algum tempo,mudou para "tia",um jeitinho de transferir toda a responsabilidade que deveria ser da família para a coitada da"educadora". O governo estadual,que deveria assumir ,também,suas responsabilidades,inclusive com o ensino fundamental,resolveu transferi-las para os municípios,alegando que seria muito melhor a "descentralização" da educação(se estivéssemos na Suíça ou no Japão,tudo bem,apesar do governo federal,nos últimos dez anos,ter começado a olhar para ela).Atualmente, é isso aí,sem comentários...
“Eu sou aquele que era
que é e será...”
Sou manso, sou fera,
se avanço, vou recuar.
Eu sou o vivo e o morto,
sou a tormenta e o porto.
Sou o oito, sou oitenta...
Eu sou fechado e aberto,
sou o errado e o certo.
Sou singular, sou plural,
eu sou o bem e o mal...
Eu sou feio, sou bonito,
sou o pobre e o rico,
sou o que vai e o que fica,
o vencedor e o vencido,
sou odiado e querido.
Eu sou o pai e o filho,
eu sou o luto e a festa,
eu sou o quente e o frio,
sou assim como tu...
“Quem é morno não presta,
é um coitado, cego e nu...”
2 comentários:
Lacerda,
Veja a incoerência desta questão.
Todos,inclusive as professoras, alegam que educação é recebida em casa e no entanto amam o termo educadoras...
Eu já penso que este termo é válido para os educadores, ou seja, todo profissional da área, envolvido diretamente com os alunos.
E justamente por isso, discordo que educação é uma tarefa somente da família. A família é a primeira célula social do indivíduo e é ali que se apresenta as primeiras regras de convívio em sociedade. a próxima etapa, e veja, ainda na primeira infância, a criança é apresentada ao mundo, quando são colocadas em uma escola. Ora, se ali não tivermos regras, novas ou as que já conhecemos, haverá um conflito muito grande para o "educando", pois é um caminho sem volta na medida em que novos horizontes são apresentados e eles podem ser excelentes ou não...
A tarefa do professor, além de apresentar o "conhecimento" em si, é também o de estimular ao questionamento e complementar os limites de convívio em sociedade... tarefa complexa que perdura por vários anos.
E considerando que a escola deve ter regras claras de convívio, e que todos os envolvidos são preparados para esta tarefa... então, estamos diantes de educadores.
Mas, isso só vale para os que se enquadrem nesta descrição, os que não aceitam esta tarefa, serão meros profissionais da educação...
Educação é uma parceria entre família e escola...ao menos para o ensino fundamental. Depois disso, é só informação e conhecimento!
Leila Castro,gostei(também)da última frase,concordo plenamente.Mas onde está a família?Antes costumava-se usar termos como: mestra,educadora,professora.Há algum tempo,mudou para "tia",um jeitinho de transferir toda a
responsabilidade que deveria ser da família para a coitada da"educadora".
O governo estadual,que deveria assumir ,também,suas responsabilidades,inclusive com o ensino fundamental,resolveu
transferi-las para os municípios,alegando que seria muito
melhor a "descentralização" da educação(se estivéssemos na Suíça ou no Japão,tudo bem,apesar do governo federal,nos últimos dez anos,ter começado a olhar para ela).Atualmente, é isso aí,sem comentários...
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