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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A NINFOMANÍACA DE ITACURUÇÁ

Desde mocinha, ela ficou conhecida pelo seu voraz apetite sexual. Chamavam-na Lolita. Atualmente, aos 50 anos, engordou e vive sempre à beira de um ataque de nervos.
Reside com a mãe de 80 anos, viúva de um general, que sofre do Mal de Alzheimer. Boa filha, cuida muito bem da velhinha que já nem nota as suas travessuras no apartamento, em Itacuruçá.
Agora, ela é Dalila e permanece solteira para não perder a pensão do pai.
Insaciável e em constante crise existencial, Dalila sempre está diante do computador compartilhando no “feissibuque” ou percorrendo os bares e a praia, vestindo roupas provocantes, em busca de parceiros. Pode-se dizer que é uma periguete cinquentona.
Ainda muito bonita, ela sempre encontra alguém que não a conhece, pois, quem a conhece não mais topa a parada. É que a loura costuma sequestrar jovens e aprisioná-los em seu quarto. E não os libera até sentir-se saciada. Isto pode levar tempo, às vezes, dias e noites.
Ficou famosa entre as vizinhas. Algumas a odeiam e não admitem que seu marido a cumprimente nem que lhe dirijam o olhar. Dalila já foi motivo de muitas desavenças conjugais. Outras a invejam, principalmente as mais jovens: as periguetes que a veem como modelo de vida.
Certa vez, exausta, após saciar o seu furor uterino, Dalila dormiu um sono profundo. O rapaz aprisionado, então, ligou para o DPO e, incrível, a polícia atendeu ao chamado altas horas de uma noite chuvosa.
Três PMs bateram em sua porta. “Abra! É a polícia”.
Dalila acordou sobressaltada e, quase nua, atendeu aos três latagões. Apesar de gordinha, Dalila ainda tinha um corpo admirável. Os PMs se entusiasmaram com a visão.
“Podem entrar”, disse Dalila convidativa.
Os três entraram e liberaram o rapaz. Ela, ainda seminua, babydoll transparente e sem calcinha, ofereceu-lhes uma bebida.
Os PMs recusaram: “Não é permitido beber em serviço”.
Insinuante e sexy, Dalila perguntou: “E sexo grupal é permitido?”
Entreolharam-se tentando lembrar se havia tal proibição no regulamento disciplinar da corporação. Não, não havia.
Nesse dia, Dalila se deu bem e convidou os PMs a voltarem toda vez que estivessem de serviço.
“Posso lhes pedir um favor?” – perguntou Dalila.
"Sim, claro!" - responderam.
Ela, então, pediu: "Digam aos seus colegas para virem nos dias em que vocês não estiverem de serviço”.
Dalila nunca mais foi vista circulando pelos bares, nunca mais deixou a mãe sozinha e não mais aprisionou rapazes.
As vizinhas estão mais tolerantes com ela porque a presença constante da polícia está dando segurança ao prédio.
Dalila agora dedica ainda mais tempo ao “feissibuque”. Logo que acorda, já está congestionando a conexão com a Velox em Mangaratiba. Porém, agora, não se sente mais deprimida em crise existencial e diz que vai largar aquela famigerada rede social.

Um comentário:

Marcia Maralhas disse...

;) Adorei!