Estima-se que três quartos dos l,7 milhão de escravos entregues pelos negros africanos nas praias para os portugueses vieram da África Centro-Ocidental. Muitos guerreiros também acabavam sendo escravizados e foi assim, provavelmente, que os pais ou avós de Zumbi chegaram ao Brasil.
O Quilombo dos Palmares (atual União dos Palmares, Alagoas) era uma comunidade auto-sustentável, um reino formado por escravos que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ocupava uma área quase do tamanho de Portugal e situava-se no interior da Bahia, onde hoje é o estado de Alagoas. Sua população alcançava cerca de trinta mil pessoas.
Segundo relato do capitão holandês João Blaer ,que lutou contra o quilombo em 1645, todos os quilombolas eram “...obedientes a um que se chamava Ganga-Zumba, o rei e senhor de todos; tem palácio, casas de sua família, é assistido por guardas e oficiais; é tratado com todos os respeitos de rei e com todas as honras de senhor; os que chegam a sua presença ajoelham-se e batem palmas em sinal de reconhecimento; chamam-no majestade e obedecem-no com admiração.”.
Em 1678, Ganga-Zumba aceitou um tratado de paz oferecido pelo governador de Pernambuco. Ganga-Zona, irmão de Ganga-Zumba, participou do acordo e mudou-se com Ganga-Zumba e parte da comunidade para a região de Cacaú.
O acordo de paz foi desafiado por Zumbi, um dos sobrinhos de Ganga-Zumba, que se revoltou contra ele. Ganga-Zumba foi, então, envenenado por um seguidor de Zumbi.
Em 1680, Zumbi assumiu o lugar de Ganga Zumba, revelou-se grande guerreiro e organizador militar, passando a comandar a resistência contra as tropas portuguesas.
Zumbi tinha escravos. Ele mandava capturar escravos de fazendas vizinhas para trabalhos forçados no Quilombo dos Palmares. Também seqüestrava mulheres e executava aqueles que queriam fugir do quilombo.
A escolha em viver no quilombo era um caminho sem volta. “Quando alguns fugiam, Zumbi mandava guerreiros em seu encalço e, uma vez pegados, eram mortos” – afirma o capitão João Blaer.
Deve-se à historiografia marxista o fato de Zumbi ser muito mais importante atualmente do que Ganga-Zumba. O primeiro ficou para a história como herói da resistência, enquanto Ganga-Zumba, que resistiu por mais que o dobro do tempo de Zumbi, faz o papel de traidor da causa devido ao acordo de paz que fez com os portugueses.
Acordos entre comunidades negras e europeus eram comuns na Amérca Latina e nem sempre os quilombolas cumpriam a promessa de liberar os escravos sequestrados.
No Suriname, o quilombo dos samaracás respeitou o acordo com os holandeses e conseguiu manter o povoado protegido dos ataques. Tem hoje 55.000 habitantes.
Renegando o acordo de Ganga-Zumba com o governador, Zumbi pode ter agido contra o próprio quilombo provocando a sua destruição, a sua morte e a de milhares de quilombolas.
Decidi fazer essa postagem porque estranhei a foto da inauguração do busto de Zumbi, em Conceição de Jacareí (acima). O único negro à frente da solenidade é o próprio homenageado.
Fonte: “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, livro escrito por Leandro Marloch fundamentado em diversas outras fontes.
5 comentários:
Os demais estavam na senzala...ainda!
Então, tá explicado.
Viu alguns lá atrás????? Eram fujões que não aceitam que Mangaratiba seja uma propriedade privada...e feudal.
Todos eles estavam na INVASÃO DE PRAIA EM MURIQUI,que foi uma coisa horivel nada funcionou Dr.OTAVIO SEILLER,seu trabalho foi PESSIMO,como sempre.
Anônimo, desculpe a intromissão, pois o blog não é meu, mas caramba... creio que foi uma brincadeirinha seu comentário... dá para explicar? Eu não entendi e posso estar com "preconceito" contra sua postagem.
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