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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CANALHA MAU CARÁTER

Um cachorro vagabundo,
Sozinho, solto no mundo,
Sem dono, sem par, sem coleira,
Magro, sujo, mal vestido,
Um olhar meio perdido,
Vadiando à beira-mar.
Fiquei com pena, chamei-o,
Ele veio e eu, serena,
Afaguei-o com carinho.
Fui embora e ele atrás me seguindo no caminho.
Vinha em paz todo feliz e eu pensando: o que fiz?
Abri o portão de casa, eu entrei e ele parado
Sentado no meio-fio...
Coração ficou em brasa, era um cão bem educado.
E, afinal, num desvario, convidei-o para entrar.
Ele veio todo esguio, a cauda a se balançar.
Ficou comigo uma hora, comeu, bebeu, foi embora,
Nunca mais eu vi por perto aquele canino esperto.
Passou por mim noutro dia, disfarçou, olhou pro lado,
Fingiu que não conhecia quem o fez sentir-se amado...
Quem deu um quilo de alcatra pra um canalha mau caráter.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu conheci um cachorro assim.

Zé Paulo disse...

Esse cachorro até parece gente.

Vera Lúcia disse...

Se fosse gente, ele voltava para pegar a janta.