Uma viúva da ditadura militar – o buraco negro da democracia brasileira – saudosa do holocausto por ela causado, fez-me uma pergunta imbecil e preconceituosa: “Por que o presidente do povo pode ter ensino fundamental incompleto e um gari necessita de ensino fundamental completo?”
Respondo aqui neste blog. Em primeiro lugar, o presidente tem o ensino fundamental completo e nenhuma lei exige que ele tenha formação superior nem que ele seja um intelectual. A maior prova disso foi a imposição de vários generais para mal e porcamente presidir o país.
Em segundo lugar, ao gari, além do ensino fundamental, lhe são exigidas perfeitas condições físicas. Ele tem que estar em todo lugar, percorre quilômetros – dia e noite, sob sol e chuva - correndo, driblando obstáculos, enfrentando riscos de vida. Ele precisa ter a resistência física de um maratonista olímpico.
Suas atividades podem ser exercidas em grandes alturas, subterrâneos, em posições desconfortáveis por longos períodos, exposto ao ruído intenso e à poluição do tráfego, a resíduos tóxicos e hospitalares, fugindo da ameaça de cães ferozes. Perigos que ele enfrenta com galhardia, muita coragem, dignidade e uma grande dose de heroismo.
Coletando lixo, varrendo, lavando, pintando guias, aparando grama, capinando os logradouros públicos, o gari é essencial à vida, à saúde, às cidades.
Dia de festa é véspera de trabalho multiplicado. Enquanto todos ainda dormem, ele enfrenta sorrindo, cantando, brincando com os companheiros, um trabalho árduo, madrugada a dentro, para nos entregar uma cidade limpa. Há quem o chame de lixeiro. Mas, lixeiro é quem faz o lixo, somos nós. Melhor seria chamá-lo limpeiro, pois, ele limpa o que nós sujamos.
Por ele, quase sempre, passamos indiferentes sem perceber a sua importância. Ele é, na verdade, um agente de saúde que merece todo o nosso respeito. É o cidadão mais modesto, porém, onipresente; mais humilde, porém, essencial; mais simples, porém, indispensável.
Ele passa por um processo de seleção tal como o médico, o advogado, o engenheiro, o arquiteto, o policial, o bancário, etc. Todos precisam ter o ensino fundamental, precisam saber ler e escrever. Já o militar, não. Qualquer analfabeto pode ser soldado e se vestir de verde-oliva.
Do gari, eu sempre precisei, todos os dias. Dos outros profissionais, apenas uma vez ou outra em toda a vida. Por isso, me revolta quando alguém o põe no extremo inferior da escala social, tal como foi colocado na preconceituosa pergunta.
Uma das grandes vantagens da democracia é esta: o gari pode ser eleito presidente da república. Mas, neste caso, o processo de seleção será determinado por todo o povo e não apenas por uma elite preconceituosa.
Respondo aqui neste blog. Em primeiro lugar, o presidente tem o ensino fundamental completo e nenhuma lei exige que ele tenha formação superior nem que ele seja um intelectual. A maior prova disso foi a imposição de vários generais para mal e porcamente presidir o país.
Em segundo lugar, ao gari, além do ensino fundamental, lhe são exigidas perfeitas condições físicas. Ele tem que estar em todo lugar, percorre quilômetros – dia e noite, sob sol e chuva - correndo, driblando obstáculos, enfrentando riscos de vida. Ele precisa ter a resistência física de um maratonista olímpico.
Suas atividades podem ser exercidas em grandes alturas, subterrâneos, em posições desconfortáveis por longos períodos, exposto ao ruído intenso e à poluição do tráfego, a resíduos tóxicos e hospitalares, fugindo da ameaça de cães ferozes. Perigos que ele enfrenta com galhardia, muita coragem, dignidade e uma grande dose de heroismo.
Coletando lixo, varrendo, lavando, pintando guias, aparando grama, capinando os logradouros públicos, o gari é essencial à vida, à saúde, às cidades.
Dia de festa é véspera de trabalho multiplicado. Enquanto todos ainda dormem, ele enfrenta sorrindo, cantando, brincando com os companheiros, um trabalho árduo, madrugada a dentro, para nos entregar uma cidade limpa. Há quem o chame de lixeiro. Mas, lixeiro é quem faz o lixo, somos nós. Melhor seria chamá-lo limpeiro, pois, ele limpa o que nós sujamos.
Por ele, quase sempre, passamos indiferentes sem perceber a sua importância. Ele é, na verdade, um agente de saúde que merece todo o nosso respeito. É o cidadão mais modesto, porém, onipresente; mais humilde, porém, essencial; mais simples, porém, indispensável.
Ele passa por um processo de seleção tal como o médico, o advogado, o engenheiro, o arquiteto, o policial, o bancário, etc. Todos precisam ter o ensino fundamental, precisam saber ler e escrever. Já o militar, não. Qualquer analfabeto pode ser soldado e se vestir de verde-oliva.
Do gari, eu sempre precisei, todos os dias. Dos outros profissionais, apenas uma vez ou outra em toda a vida. Por isso, me revolta quando alguém o põe no extremo inferior da escala social, tal como foi colocado na preconceituosa pergunta.
Uma das grandes vantagens da democracia é esta: o gari pode ser eleito presidente da república. Mas, neste caso, o processo de seleção será determinado por todo o povo e não apenas por uma elite preconceituosa.
Na foto, a homenagem aos garis de Muriqui. Notem a limpeza do local, nem o menor vestígio da sujeira que deixamos no dia anterior. Com seu uniforme laranja, ele deixa o local consciente do dever cumprido.
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