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domingo, 26 de fevereiro de 2017

É CARNAVAL

O dinheiro investido no carnaval deveria ser empregado na saúde, é o que dizem alguns idiotas no feissibuque. 
Influenciadas por essas campanhas absurdas contra a folia e por iniciativas inúteis de outros prefeitos, algumas cidades caipiras decidiram cancelar o carnaval para investir em melhorias (?) na saúde e na educação.
Virou moda, principalmente, entre os prefeitos “evangélicos” que querem aparecer. 
De fato, não deveria haver carnaval em pequenas cidades do interior para que quem odeia a festa pudesse ali se refugiar.
E se o Crivella, em um acesso de estupidez, decidisse cancelar o carnaval carioca? Já imaginaram ficarmos sem a Portela, sem a Mangueira? Sem aquelas mulheres lindas e seminuas na Sapucaí. Sem os blocos nas ruas... Sem quatro dias de alegria...
Pô! Parem com isso. Quem faz o carnaval é o povo, e não precisa de apoio oficial como os blocos de Muriqui. Lá, o Bloco da Galinha, diz o Dinho, não vai sair porque o novo prefeito – Aarão – não vai dar ajuda oficial, o que faz ele muito bem.
Os prefeitos anteriores ajudaram dando camisas e hoje, Mangaratiba, tem cerca de 80 pequenos blocos. Lá sempre foi um bom negócio promover um bloco de carnaval. O organizador recebia 200 camisas que vendia a R$ 30 com direito a churrasco no dia do desfile.  Queimava uns cinco quilos de alcatra, pagava os componentes da bateria e ficava com o troco.
Carnaval no Rio com suas escolas de samba e seus 500 blocos também é lucro, muito lucro para a economia da cidade e para a prefeitura carioca. Este ano, cerca de seis bilhões de dólares entrarão na economia carioca.
Quando falam em cancelar o carnaval carioca, eu lembro do Barão do Rio Branco, aquele que apelidou de barão a quantia de mil cruzeiros por ter a sua foto estampada na nota. Hoje, quando se fala em mil reais, também se diz que é um barão.
Diplomata, advogado, deputado, promotor público, geógrafo e historiador, José Maria da Silva Paranhos Júnior – o Barão do Rio Branco - foi ministro das Relações Exteriores durante os mandatos dos presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Resolveu questões de fronteiras entre o Amapá e a Guiana Francesa, entre Santa Catarina e Paraná contra a Argentina e conquistou o Acre que pertencia à Bolívia. Foi o segundo ocupante da Cadeira nº 34 da Academia Brasileira de Letras.
Rio Branco é o patrono da diplomacia brasileira e uma das figuras mais importantes da história do Brasil. 
Quando faleceu em 10 de fevereiro de 1912, era uma unanimidade nacional. O carnaval, que começaria no domingo seguinte, foi cancelado em respeito ao luto pelo Barão e adiado para começar no dia 6 de abril. Foi a decisão do presidente marechal Hermes da Fonseca. O carioca, porém, que nunca necessitou de apoio oficial para brincar o carnaval, não se absteve de seus três dias de festa em fevereiro.
E lotou a Avenida Central que, apenas três dias antes, recebera o nome de Rio Branco, justamente em homenagem ao falecido.
Em 6 de abril, em plena Semana Santa, houve outro carnaval. E pior, toda a quaresma transformou-se em um período pré-carnavalesco.

N.L.: Salve a Unidos de Padre Miguel que, mesmo com a queda da porta-bandeira, fez um desfile maravilhoso e ganhou o Estandarte de Ouro.

Um comentário:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Concordo com seus argumentos sobre o Carnaval, Lacerda, e sempre vale a pena recordar a nossa história lembrando do ano em que tivemos dois carnavais no Rio. E isto há 105 anos atrás...

No caso de Mangaratiba, realmente o prefeito não tem que ficar dando dinheiro pra bloco. Neste ano, pelo que fiquei sabendo por pessoas ligadas ao governo local, não houve nem condições da cidade se preparar para dar segurança, limpeza e estrutura para o Carnaval. Mas, de 2018 em diante, tudo deve voltar ao normal, inclusive com incentivos ao Carnamar.

Aproveitando a oportunidade, drsejo-lhe um ótimo feriado.