O mar espuma a praia adormecida,
È madrugada...
A lua cheia raia e, distraída,
Brilhante faz a areia e o mar.
Você, querida, amante do luar,
É incapaz, bandida,
De adormecer em paz...
Enlouquecida, insone, insolente,
Só quer saber de alegrar a vida,
De dar prazer e de envolver a gente.
Mui leal e erótica cidade infernal
É um rio de sonhos, um rio de lágrimas,
Esse Rio risonho...
Rio do sol, do som, do sal,
Meu Rio do bem, eu rio do mal,
Eu rio afinal...
Num desvario,
Num desvario,
Voltei pra você, voltei a viver.
N.L.: I was welcome to hell, my paradise.
N.L.: I was welcome to hell, my paradise.
Um comentário:
Caro LACERDA,
Belo poema, apesar de discordar ideologicamente do enaltecimento do Rio como Cidade Olímpica, termo que me lembra não só a má gestão do Eduardo Paes como a péssima escolha do Brasil por ter se tornado sede de grandes eventos esportivos.
Apesar de tudo, a história e existência do Rio com seus 450 anos são maiores do que seus governos e eventos. Aliás, como escreveu a Lurdinha Henriques em duas postagens na sua página do Facebook,
"(...) Amar o Rio não é ser acrítico e bajulador de gestor de plantão. É querer o melhor para o cidadão. Mais planejamento, seriedade na aplicação dos recursos, investimento em políticas públicas, projetos detalhados e transparentes, consultas e audiências públicas com os principais interessados - a população carioca. Ser generoso com o administrador em nome da imagem do Rio, não é amá-lo (...)"
"(...) Agora, começou a maquiagem. Os painéis, que ocultam a miséria, não escondem o mau estado do muro que os sustenta. Funciona assim: em algum momento a máscara cai (...) Ele é parte desse processo, foi um dos construtores. Tem muitas contas a prestar à população do Rio. Que, sem dúvida, as cobrará. O sucesso pessoal não resiste à truculência e à arrogância."
Infelizmente, o evento previsto para agosto não tornará o Rio de fato uma cidade com o espírito olímpico. Virão pessoas de fora para a festa, acredito que não haverá problema com o terrorismo, nem com a violência e tão pouco com o zika vírus, mas a alma do carioca ainda não se deixará levar pela diversidade esportiva como se de fato estivesse havendo na cidade um ganho na qualidade de vida.
Seja como for, creio que o maior legado olímpico será o despertar da consciência do carioca para acreditar numa mudança de gestão capaz de virar esses oito anos de governo do PMDB. Algum proveito para a área do turismo sempre tem, mas não é por causa de uma festa que o Rio se tornará um destino de maior procura internacional já que falta à cidade serviços melhores, tanto os prestados pelo Município quanto pelo Estado.
Fora isto, aprecio sempre a boa poesia e dou meus parabéns pela postagem feita com arte. Só não quis perder a oportunidade de bater no Eduardo Paes aproveitando o título da "Cidade Olímpica" que escolheu.
Um abraço.
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