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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ROMÁRIO E A CORRUPÇÃO NO FUTEBOL

Chiqui Avalos, respeitado jornalista e escritor paraguaio que foi correspondente em Paris do jornal ABC Color e é autor do best-seller "La otra cara de HC", apaixonado por futebol escreveu o artigo abaixo sobre a corrupção no futebol.

"O que não fizemos, o FBI está fazendo por nós.
No Brasil a coisa está um pouco estranha: há uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da República investigando a máfia do futebol. Mas o cenário de degradação moral no Brasil é tão terrível, tão escandaloso, que o ex-futebolista Romário, hoje senador, é o presidente da tal CPI. Conversando com um estimado amigo, delegado da competente Polícia Federal brasileira e que me foi apresentado por outro amigo, o saudoso Romeu Tuma (a quem inclusive dediquei um livro), recordamos a vida pregressa do "peixe" ou "baixinho", como a antipática figura do agora político é conhecida.
Romário não deve e não pode investigar a máfia do futebol, pois esteve sempre de braços dados com ela. Como jogador – igual a outros tantos – trafegou as fortunas que ganhou a cada novo time em que foi atuar, pelos mesmos meandros delituosos que hoje custam ao jovem craque Neymar multas milionárias e sanções duras na justiça da Espanha e na receita federal brasileira pelas fraudes milionárias praticadas por seu pai e empresário, nada diferentes daquelas da máfia ou do narcotráfico. Não estivessem em jogo interesses de clubes e grandes empresários da Espanha e do Brasil, o papai de Neymar já estaria algemado e preso. Romário, também, foi apêndice de Ricardo Teixeira, imperador do futebol brasileiro por mais de duas décadas. Romário foi comensal de Nicolas Leoz. Romário fez festas (algumas impublicáveis), comendo e bebendo, compartilhando vícios e prazeres, com esses bandidos que estão presos e às vésperas de extradições pedidas pelos EUA.
Como o Conde Drácula pode investigar o banco de sangue? "Coisas do Brasil", me responde o amigo delegado. Não é segredo para ninguém, no meio empresarial, político, financeiro e de imprensa do Cone Sul, que dezenas (talvez centenas) de jogadores de futebol esquentaram dinheiro sujo, lavaram seus ganhos em contratos obscuros, através de duas famílias de banqueiros: os Peirano, do Uruguai, e os Rohm, da Argentina. Banqueiros influentes em seus países e em todo mundo, colocaram instituições como o Banco Velox, o Banco Pan de Azucar, Banco de Santa Fé, Banco de Montevideo, Banco Comercial del Uruguay, Banco Aleman Paraguayo, dentre outros, de uma enorme teia financeira, lavando dinheiro de políticos corruptos (como Carlos Menem e outros), de dirigentes esportivos (como Nicolas Leoz, Ricardo Teixeira e outros), e de jogadores de futebol, também. Desnecessário dizer que todos esses bancos sofreram intervenções oficiais por conta das práticas criminosas que adotaram para atender essa quadrilha de clientes.
Será que o impoluto senador Romário, que quer limpar o futebol brasileiro mas não quer quebrar o sigilo fiscal e bancário da poderosa Rede Globo de Televisão, se recorda especialmente do Banco Aleman Paraguayo? E dos senhores Castillo, Sorrentino e Peterlik? E da presteza com que eles e os executivos do Banco Comercial, em Montevideo, tramitaram fortunas em contas abertas por gente que hoje urra pela moralidade? Duvido. E do Trade Comercial Bank, da família Peirano, em Cayman Island? Era lá que se "consolidava" (essa a palavra mágica!) todas as operações de lavagem de políticos, artistas, narcotraficantes, empresários e... jogadores de futebol! Jogadores brasileiros são quatro. Adivinha quem é um deles? Garanto que não é o inesquecível ídolo de minha juventude, o Garrincha, que morreu pobre.
Romário, e eu sempre admirei o seu futebol, é um hipócrita. Mas, certamente, é homem de absoluta sorte. Um extrato de conta a ele atribuída num banco controverso da Suiça italiana, o BSI, caiu nas mãos da revista Veja, outrora muito respeitada e hoje envolvida na luta política no Brasil. Romário seria dono de uns tantos milhões. Nada que não possa ser verdade para quem faturou fortunas em clubes do Brasil, Europa e Oriente Médio. Porém o senador voou imediatamente para a Suiça e voltou ao Brasil com uma foto irreverente, com os braços abertos diante de um lago, negando a tal conta e amparado por uma nota oficial do BSI.
A esquerda brasileira, no afã de golpear a revista da família Civita (aliás, parceira da ditadura militar argentina num episódio horrível, a tomada de uma fábrica de papel de imprensa da família do falecido empresário judeu-argentino David Graiver, o "banqueiro dos Montoneros"), fortalece a posição de Romário promovendo um festival nas redes sociais com a tal nota do BSI. E os inimigos da CBF e da máfia do futebol, o apoiam como se ele fosse um angelical mensageiro do Senhor na luta contra as ratazanas do esporte bretão. Que impressionante!
A Veja não soube se defender, não questionou a postura do banco nem pediu uma investigação rigorosa. Pode não ter checado antes, mas falhou no depois, também. E no delicado momento em que a grande revista vive, tropeçou em uma simples falha de apuração desconhecendo as imensas possibilidades de que tenha havido um acerto entre as partes, o banco que administra dinheiro sujo e o depositante que jura até a morte que o seu dinheiro não é seu.
No momento de burrice coletiva vivida por quase todos os setores da vida brasileira, alguns detalhes foram solenemente omitidos. Talvez, sequer notados. 
Na nota oficial do BSI (http://www.romario.org/news/all/nota-de-banco-suico-confirma-que-extrato-da-veja-e-falso/) há uma sutileza: se diz que "aquele" extrato é falso e que "aquela" conta não tem o senador como titular. O banco não foi peremptório, apesar de ensaiar um teatro e enviar à justiça a informação de que o extrato publicado por Veja seria falso. E ainda há um fato curioso, no mínimo curioso: pela primeira vez na história uma instituição financeira suíça deixou o mutismo que faz parte da mítica dos banqueiros locais para defender um suposto não-cliente e negar um documento sem que a justiça tenha lhe requerido isso. Estranho, não?
Começa aí um enredo interessante: bancos suíços não enviam extratos de contas (muito menos as milionárias!) pelos correios ou sequer os imprimem. E o passado do BSI comporta muita desconfiança.
O BSI nasceu em 1873 e tem sua sede no Palazzo dei Marchesi Riva, em Lugano, na flexível Suiça italiana, menos rigorosa nos procedimentos morais e bancários que a exigente Suiça alemã (Zurich) e a amedrontada Suiça francesa (Genebra). Quem quer malandragem vai pra Lugano. Foi lá, por exemplo, que 9 em cada 10 hierarcas do regime de Strossner depositaram o fruto de 34 anos de ditadura absolutista e corrupta. E jamais, mesmo presos alguns e execrados todos, esses correntistas foram traídos pelo discreto e secular BSI (N.L.: hoje, o BSI é brasileiro).

Desde julho de 2014, o BSI é de propriedade do magnata brasileiro André Esteves. O dono do banco BTG Pactual pagou pelo BSI impressionantes US$ 1 bilhão e 400 milhões. A conta do senador moralista seria, portanto, anterior à aquisição de Esteves no cantão menos exigente da confederação helvética. Estranha e feliz coincidência para o peixe...
Esteves é o receptador (essa é a palavra correta) de campos de petróleo (e petróleo da melhor qualidade) na riquíssima e convulsionada Nigéria. Foram-lhe repassados em negociação nebulosa pela Petrobrás, antes da explosão que hoje expõe suas vísceras e a corrupção endêmica que comprometeu a saúde da gigantesca empresa. Os policiais, promotores e o juiz da Operação Lava Jato se esqueceram ou ainda não chegaram ao banqueiro-petroleiro. E não seria com um senador escandaloso, atrevido e com escassos inibidores comportamentais, como é Romário de Souza, que o exitoso André Esteves iria se confrontar. É melhor ser gentil do que comprar uma briga com um político midiático. Fui claro?
Pra que discutir com um senador que quebra um imóvel que era seu e foi tomado pela justiça e vendido para um grande empresário? E se confrontar com o impávido namorado da bela (pra quem gosta, esclareço) transexual Talita Zampirolli (N.L.:foto abaixo), uma loura estonteante fotografada de mãos dadas em lânguida troca de afagos com o guardião da moral do futebol brasileiro?
Pelear-se com um homem que tem coleção de Mercedes-Benz e 250 pares de sapatos, segundo Eduardo Galeano na página 189 do seu celebrado livro "Futebol ao Sol e a Sombra"? Confrontar com o homem que teria querido ser o "cartola" do futebol feminino e suas dezenas de milhões de dólares e, diante da recusa da CBF, tornou-se inimigo implacável da mesma CBF que ele cortejava? Não, mil vezes não.
O que Romário está fazendo é tudo o que não deve ser feito na limpeza do mais popular esporte do planeta. Trocar uma máfia escancarada por uma máfia ainda não denunciada. O deus dos gramados, das arquibancadas e das bolas nos livre dessa derrota baseada em histórico gol contra.
Termino cheio de esperanças. Há livros desnudando a máfia do futebol. Há poderosos presos e investigações em curso. Recuso-me a perder o amor profundo por meu time do coração, o Olimpia, e a sofrer e delirar com as derrotas e as vitórias de minha Seleção paraguaia. Algo há de mudar e pagarão caro os que converteram a digna paixão dos torcedores em negócio sujo e mafioso."

(N.L.: Romário já admite que tinha conta na Suiça. A Veja não vai deixar barato.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ALÁ É GRANDE!

“A expressão maior do fundamentalismo de cunho guerreiro e exterminador é aquele representado pelo Estado Islâmico que faz da violência e do assassinato dos diferentes, expressão de sua identidade.”
E durante suas ações terroristas gritam o título desta postagem. E me fazem lembrar de quantos inocentes afirmam que Deus está no comando de tudo. Quem está com a razão: eles ou eu?
Eu que sempre me questionei por que as igrejas que se dizem evangélicas raramente se referem ao Novo Testamento onde estão os evangelhos. Foi Leonardo Boff quem me deu a explicação mais racional (AQUI).
“Se bem repararmos, para a maioria destas igrejas midiáticas, o Novo Testamento raramente é referido. O que vigora mesmo é o Antigo Testamento. Entende-se o porquê. O Antigo Testamento, exceto os profetas e de outros textos, enfatiza especialmente o bem estar material como expressão do agrado divino. A riqueza ganha centralidade.
O Novo Testamento exalta os pobres, prega a misericórdia, o perdão, o amor ao inimigo e a irrestrita solidariedade para com os pobres e caídos na estrada. Onde que se ouve, até nos programas católicos, as palavras do Mestre: “Felizes vocês, pobres, porque de vocês é o Reino de Deus”.
Não é isto que os fariseus querem ouvir. Eles pagam para ouvir que vão melhorar de vida. Leonardo Boff, em seu artigo, também me dá razão sobre o uso do nome de Deus em vão. São diversas as postagens que fiz aqui ressaltando a necessidade de se respeitar o segundo mandamento.
“Fala-se demais de Jesus e de Deus, como se fossem realidade disponíveis no mercado. Tais realidades sagradas, por sua natureza, exigem reverência e devoção, o silêncio respeitoso e a unção devota. O pecado que mais ocorre é contra o segundo mandamento:”não usar o santo nome de Deus em vão”. Esse nome está colado nos vidros dos carros e  na própria carteira de dinheiro, como se Deus não estivesse em todos os lugares. É Jesus para cá e Jesus para lá numa banalização dessacralizadora irritante.”
“O que mais dói e verdadeiramente escandaliza é usar o nome de Deus e de Jesus para fins estritamente comerciais. Pior, para encobrir falcatruas, roubo de dinheiros públicos e de lavagem de dinheiro. Há quem possui um empresa cujo  título é “Jesus”. Em nome de “Jesus” se amealharam milhões em propinas, escondidas em bancos estrangeiros e outras corrupções envolvendo bens públicos. E isso é feito no maior descaramento.”
E volto ao título da postagem que é aquele mesmo "Graças a Deus" utilizado pelos bandidos e traficantes cariocas; pelos políticos como Eduardo Cunha e Picciani; os juízes como o Gilmar; os datenas.
Mais me decepcionam ainda aqueles que afirmam ser Deus (Alá) quem está no comando de tudo.

sábado, 21 de novembro de 2015

AH! ESSES POLÍTICOS

Do presidente ao mais obscuro e menos votado dos vereadores é a culpa de todas as mazelas que infelicitam o nosso povo humilde, honrado, íntegro, honesto, virtuoso e trabalhador.
É doloroso saber que o presidente é proprietário de inúmeras oficinas para desmonte dos carros roubados por seus ministros e assessores.
Revolta-me quando vejo deputados estaduais irresponsáveis jogando lixo nos rios e nas ruas, entupindo bueiros e poluindo o meio ambiente, ocasionando as inundações que tanto prejuízo causam ao nosso povo.
Fico assombrado ao ver bandos de vereadores invadindo condomínios, sequestrando e agredindo moradores, para roubar o que o povo conseguiu adquirir com tanto sacrifício. Onde está a Segurança que nada faz? Assombra-me ainda os políticos de torcidas organizadas que se agridem e se matam pelas ruas.
Causa-me espanto ver senadores drogados destruir e incendiar escolas, agredir professores, montar uma absurda aparelhagem de som em seus carros e perturbar o sono do povo com o funk pornofônico.
Em que outro país governadores pedófilos estupram e engravidam enteadas e filhas de nove anos? Agridem suas esposas até a morte e jogam a própria filha pequena pela janela do oitavo andar?
É triste ver prefeitos viciados em crack comandando o tráfico de drogas e aniquilando com a nossa juventude estudiosa e digna. Juventude tatuada que se entrega às drogas por completo desgosto com nossos políticos. 
Eu fico atônito ao ver tantos casos de acidentes com mortes nas estradas causados por deputados federais que dirigem embriagados. É por causa deles que nossos hospitais andam cheios de acidentados e não têm como cuidar de nossos jovens em coma alcoólico nem das nossas crianças resfriadas ou agredidas.
É nas casas desses políticos onde são encontrados os maiores focos de mosquito da dengue. A Saúde está falida?
E os filhos viciados desses políticos estão promovendo pegas com seus carros e motos, pichando as residências das famílias honestas, sequestrando e matando namoradas. Enquanto as suas filhas, a partir dos 13 anos de idade, enchem a cara de manguaça e as avós de netos.
O governo precisa investir na educação.
As cadeias e penitenciárias estão repletas de gente inocente, oriunda de boas famílias, que não teve as mesmas oportunidades para progredir na vida por culpa exclusiva dos políticos.
Abaixo esses políticos corruptos que se vendem por uma exorbitância e compram o eleitor honrado, íntegro e virtuoso por uma ninharia apenas. Políticos safados que nos prometem empregos e, depois de eleitos, vêm oferecer vagas de trabalho para as quais não temos, nem nossos filhos, a mínima qualificação. 
Políticos animadores de programas que promovem o crime na TV. Angariando simpatizantes e novos eleitores, são paternalistas que hipocritamente clamam por segurança e acusam o governo pela culpa de tudo.
Políticos travestidos de religiosos que instalam "templos" em qualquer esquina para atrair e iludir os incautos.
Políticos ladrões que roubam energia elétrica, água, sinal da TV por assinatura e, até, a conexão Velox.
Políticos irresponsáveis sem autoridade para impor limites a seus filhos.
Não, não podemos imaginar tudo aquilo de que são capazes esses políticos.

domingo, 15 de novembro de 2015

SICOFANTAS

Dizem que todos os políticos são corruptos e nada fazem pelo povo ordeiro, humilde, honesto e trabalhador.
Pura hipocrisia: o povo é bom, a classe política não presta. Como se não existissem cidadãos canalhas e de má índole e políticos dignos e responsáveis. Os políticos são todos oriundos da mesma sociedade.
A quem pode interessar tal maniqueísmo?
A nefasta campanha leva o eleitor a se decepcionar com a classe política colocando a todos na vala comum da incompetência e da corrupção.
Politicamente alienado, o cidadão se convence de que todos os políticos são iguais e, então, decide vender o voto. Na próxima eleição, em Mangaratiba, pretendo vender o meu. Diante do que leio no grupo do feissibuque que combate a corrupção, fiquei sem saber em quem votar.
É o que dá indivíduos sectários, amantes do subjetivismo, sicofantas fingindo defender o cidadão comum, acusar indiscriminada e permanentemente todos os políticos. 
(Sicofanta: aquele que presta informações falsas; caluniador, mentiroso. 1 Pessoa mentirosa, caluniadora, impostora, patife. 2 Adulador servil, interesseiro; parasita.) Desculpem, aprendi esta palavra nova e decidi empregá-la.
Político nenhum presta. A quem pode interessar tal opinião que já está generalizada na mente do eleitor comum?
Somente aos corruptores que têm a grana pra comprar o voto e eleger quem eles quiserem.
Político não vale porra nenhuma, dizem eles. Eleitor muito menos, digo eu.
A campanha de satanização dos políticos tem como objetivo desqualificar o voto popular, fazer o cidadão desistir da sua própria participação e a não acreditar que tem o poder de transformar a sociedade.
Aí surgem os candidatos como Datena – bem cotado em São Paulo – e Pedro Augusto, em Mangaratiba.
É preciso aprender que político é apenas algo assim como fralda descartável, tem que ser sempre trocado. Sujou? Joga no lixo. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

POLÍTICOS VÊM DE MARTE?

Ou será que eles vêm de Vênus?
Não. Eles vêm do mesmo lugar de onde surgem os juízes corruptos, os empresários egoístas, sonegadores e gananciosos, os traficantes, os viciados em tóxicos, os assaltantes, os jornalistas mercenários, os milicianos, os estelionatários, os criminosos, os falsos profetas que exploram a fé religiosa, os ladrões, os pedófilos e estupradores, os torturadores, os pichadores, os funkeiros, etc, e, até mesmo, os mansos e as pessoas de bem.
Todos eles surgem inofensivos, inócuos, sem culpa nem malícia, singelos, cândidos, puros, ingênuos, no seio – ou será no útero? - da nossa sociedade. Uma sociedade que se imagina vítima, mas que cria os seus próprios algozes.
Sei que falando assim vou desagradar muita gente. Principalmente a burguesia esquizofrênica que gera seus monstros e, depois, os culpa por seus erros. Uma burguesia negligente e convicta de que tão somente o pobre é bandido e que atingiu tal condição por falta de oportunidades ou por exclusão social.
E os facínoras das classes mais abastadas? Seria por falta de oportunidades que pastores cambistas negociam ingressos para o céu? E os políticos e juízes corruptos, teriam se tornado o que são por exclusão social?

Essa burguesia dissimulada ainda crê que tudo se resolve com a educação que o governo não proporciona ao povo. Confunde ensino público com educação. Já disse Einstein que educação é aquilo que nos resta depois que esquecemos tudo que aprendemos na escola.
Educação tem que ser prestada primordialmente pela família que é o núcleo da sociedade. É ela – e somente ela – quem pode determinar o seu caminho pelo mundo, se seus filhos terão boa ou má índole.
Isso dá muito trabalho, reconheço. Não é fácil educar, tem que ter muita paciência e força de vontade. A burguesia, porém, é preguiçosa e prefere deixar por conta do governo a educação de seus filhos. Assim, ela sempre terá a quem culpar: a escola, os professores, os políticos, o governo.
Essa burguesia preconceituosa que quer exigir dos políticos um mundo melhor para seus filhos, não oferece filhos melhores para o mundo. Uma burguesia nociva que quer levar vantagem em tudo, que explora os mais humildes e jamais se sente culpada pela proliferação das drogas que, ela própria, subvenciona. E ainda reclama da falta de segurança.
Chega de culpar os políticos por tudo de mal que ocorre no país. Temos que assumir a nossa parcela de responsabilidade. Político é apenas algo assim como uma fralda descartável. Quando suja, troca-se e joga fora. Infelizmente, não temos esse poder para fazer o mesmo com os juízes que se enlameiam.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O BRASIL DE ABÍLIO DINIZ

Este é o meu Brasil exposto AQUI no editorial de hoje do Jornal do Brasil. Não é o Brasil dos pessimistas que afirmam ser  uma M..... de país.

O Brasil de Abílio Diniz e o Brasil dos economistas palpiteiros
A simples declaração dada pelo empresário Abílio Diniz em Nova York, afirmando que o Brasil estava muito barato para investidores estrangeiros, e que confia que o país superará a crise, provocou um solavanco no mercado acionário. Abílio Diniz, próspero e vitorioso empresário, remou na direção contrária de alguns economistas palpiteiros, que vinham depreciando o mercado brasileiro. Sua declaração deu resultado positivo ao país. Já certos economistas - que sempre acertavam quando faziam parte do governo, e que ao saírem dele estavam miliardários - adotam hoje o "quanto pior, melhor".
Abílio Diniz sabe o preço da luta para crescer. Começou pobre e construiu uma sólida e importante empresa, numa trajetória bem diferente da de alguns ex-ministros, ex-diretores do Banco Central, que entraram pobres em seus cargos e saíram com seus bolsos abastados. Muitos destes atacam e querem destruir o país porque sonham em voltar para o poder. Disparam tiros nas mais variadas direções, inclusive batendo na tecla dos impostos brasileiros, afirmando que são dos mais pesados do mundo.
Ora, na Itália o imposto para quem tem mais de uma propriedade duplica em progressões aritméticas. Na Espanha igualmente os tributos são pesados e abrangentes, como no restante da Europa.
Nestes países não há mais empregados domésticos. Na Inglaterra, por exemplo, quem trabalha de barman ou em serviços de hotéis não são os ingleses, e sim aqueles que vêm de países colonizados. 
Toda a Europa vive hoje o drama dos refugiados, no qual imigrantes, antigos colonizados, buscam nos países colonizadores uma oportunidade. O processo vem assumindo proporções gigantescas recentemente, mas na realidade não é de hoje. Tanto que em Portugal, por exemplo, os angolanos hoje dominam Lisboa.
Os que incitam o caos e apostam no acirramento da crise deveriam estar conscientes de que se em países da Europa - com população entre 10 e 60 milhões de habitantes - a reivindicação dos mais pobres e necessitados, sejam imigrantes ou não, vem provocando uma instabilidade social, no Brasil, com 200 milhões de habitantes, manobrar para jogar o país no fundo do poço trará consequências de proporções inimagináveis. 
E se esta convulsão social acontecer, com o levante dos menos favorecidos, os que hoje incitam o caos fugirão para onde?


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

POLÍTICO BOM É POLÍTICO MORTO

Vargas, Juscelino, Jango, Lacerda, Ullisses, Covas, Arraes, Teotônio, Tancredo, Brizola e outros menos votados são, agora, exaltados como políticos que foram dignos e merecedores de todo o respeito.
Por quê? Porque estão mortos? Quando vivos, eram combatidos e criticados.
Os radicais afirmavam que, também, eram corruptos e que nada faziam pelo povo. Tal como radicalizam, agora, em relação a todos os políticos em atividade, sem exceção.
Indivíduos sectários, amantes do subjetivismo, fingindo defender o cidadão comum acusam indiscriminadamente todos os políticos vivos. Dizem que todos são corruptos e nada fazem pelo povo ordeiro, humilde e honesto.
Pura hipocrisia: o povo é bom, a classe política não presta. Como se não existissem cidadãos de má índole e políticos dignos e responsáveis.
A quem pode interessar tal maniqueísmo?
A desonra, o descrédito, a difamação da política e dos políticos somente pode interessar a uma elite milionária detentora ou não de mandato político que pretende se locupletar ainda mais. Além, claro dos ex-torturadores saudosos da ditadura.
A nefasta campanha leva o eleitor a se decepcionar com a política colocando a todos na vala comum da incompetência e da corrupção. O cidadão se convence de que todos os políticos são iguais e decide votar somente naquele que lhe trouxer algum benefício financeiro imediato.
Aí é que entra a elite milionária comprando votos e impedindo o surgimento de novas lideranças políticas empenhadas em atuar em favor do bem comum.
Que jornalistas mercenários participem de tal campanha sórdida é até compreensível. Vivem ou pretendem viver a soldo dos corruptos para defender o leite das crianças.
É estupidez, porém, que pessoas conscientizadas embarquem nessa canoa furada.

Ninguém, absolutamente ninguém, nem eu nem você que me lê, é absolutamente bom nem absolutamente mau. E mesmo o político mais corrupto e desprestigiado – como o Cunha – tem lá as suas virtudes.
Se você tem alguma pretensão política, não jogue lama no ventilador. Ela fatalmente respingará em você. Não seja covarde, dê nome aos bois.
Se não derem nomes aos bois, como vou saber em quem votar? Vocês que condenam os políticos têm que me informar ou vou votar errado.
Sem informação não vai haver renovação.