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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

SAUDADE DE BANGU

Andei por Bangu semana passada e não encontrei ninguém conhecido além do meu barbeiro.
Passei pela rua onde vivi minha infância. Casa de gente que era pobre, pobre de marré, marré-de-si, hoje tem dois carros no quintal. Na rua inteira só há vaga para estacionar em frente a portão de garagem. São carros novos dos dois lados na rua inteira.
Fábio Jr, Valeska e Gustavo Lins, Tá Na Mente, Benito de Paula, Leandro Sapucahy, Tiaguinho, Celebrare, Jorge Vercillo, Pericles e outros que não lembro agora, estão todos programados para se apresentar em Bangu, Padre Miguel e Camará no mês de outubro. É o que vejo em outdoors espalhados na região contrariando a tão famigerada crise econômica do país.
Haja grana pra pagar tantos ingressos. Que crise é esta que assola o país?
O melhor negócio atualmente naquela região, depois dos templos pentecostais, claro, é o estacionamento de veículos. Quem tem grana pra pagar oito reais de estacionamento no centro de Bangu? O mesmo preço cobrado no shopping que está muito bonito e repleto de gente feia com olhar fixo em seus smartphones.
Bangu atualmente mais parece Merity: uma zona. Sinto saudade daquele bairro campestre, ingênuo, simples e puro onde nasci e o progresso arrasou impiedosamente.

Um comentário:

Rodrigo Phanardzis Ancora da Luz disse...

Boa noite, Lacerda. O que sente um relacao ao seu bairro deve ser o mesmo sentimento que tem um norte-americano pelo pais deles. O que gerou todo esse caos foram as desigualdades sociais promovidas ao longo dos seculos, tanto no Brasil quanto mundo. Nao tivemos no planeta um processo de desenvolvimento inclusivo quer seja do ponto de vista social como ambiental. As cidades foram crescendo a galope e a populacao, sempre tratada como gado, acabou se ajeitando como foi possivel nas areas ate entao rurais. Talvez so com decadas ou mais de um seculo de politicas inclusivas mudaremos isso.