Tenho a honra de ter sido o
primeiro blogueiro de Mangaratiba quando inaugurei este blog em 20 de março de 2008. Também tenho a honra de ter motivado outros a lançar os seus blogs.
Após sete anos, quase 295.000 visualizações de página, 1313 postagens e 2977
comentários, olha eu aqui.
Criticado por
alguns, exaltado por outros, este blog democrático foi capaz de bloquear somente
um comentarista por sua absurda cretinice – um idiota que se afirma Eduardo, o imbecil – e somente a partir deste ano.
Publiquei livremente
todos os outros comentários contra ou a favor do que escrevi sem qualquer
moderação.
Escrevi sobre
tudo, não apenas sobre Mangaratiba. Trata-se de um blog eclético que jamais foi sectário,
radical nem maniqueísta.
Tudo começou
quando vi um amigo ser constrangido e aviltado por autoridades e pela mídia locais.
A seguir, a primeira postagem do blog (aqui)
.
“SIMULACRO DE INVESTIGAÇÃO EM MURIQUI
Eles vieram de muito longe, sem qualquer
comunicação às autoridades de Mangaratiba, para constranger o empresário
Irapuan Vasconcelos, morador de Muriqui.
Primeiro, com camisas da Polícia Civil
e dizendo-se agentes da delegacia especializada de roubo de cargas, dois
elementos, utilizando-se de uma viatura S-10 com carroceria e sem qualquer
identificação, inclusive sem placas, capturaram o filho do empresário – Ulisses
Vasconcelos - em Bangu e o trouxeram para Muriqui.
Aqui, tiraram as camisas da
Polícia Civil e, à paisana, acusaram pai e filho de receptação de carga roubada
e os forçaram a abrir o depósito onde o empresário guardava eletrodomésticos
adquiridos licitamente em leilão do Ponto Frio conduzido por João Emílio
Leiloeiro, no dia 8 de janeiro (ver em joaoemilio.com.br).
Ali, no depósito,
quase ao lado do DPO de Muriqui, os dois elementos ameaçaram chamar um caminhão
para apreender todo o material e afirmaram: “Digam
logo o que há de errado, pois podemos resolver tudo agora”.
O empresário e seu filho disseram
não aceitar a “proposta”
pois todo o material tinha procedência lícita e mostraram as notas do Ponto
Frio e do leiloeiro. Foi quando chegou uma guarnição da PM do 33º Batalhão de
Angra dos Reis, comandada pelo Sub-tenente Robson, que abordou os elementos -
identificados como o PM Maia e o PM Santos do 35º Batalhão de Itaboraí - e
encaminhou todos à 165ª DP, de Mangaratiba.
Na delegacia, o Oficial de
Cartório Rodrigo Hoffman Kaiser assumiu a operação, registrou a ocorrência sob
o nº 361/2008, tomou o depoimento de todos os envolvidos, fotografou e
relacionou os eletrodomésticos encontrados, anexou ao processo as respectivas
notas fiscais do Ponto Frio e do leiloeiro e deixou o Sr. Ulisses Vasconcelos
como fiel depositário dos bens.
No dia seguinte, terça-feira
11 de março, a Band News divulgou a notícia alarmante: “Estourado
depósito de carga roubada em Muriqui”.
Na quarta-feira 12, o vereador Nelson
Bertino, na tribuna da Câmara Municipal de Mangaratiba, acometido de um acesso
de furor corporativista e, na ânsia do elogio gratuito a seus pares, exaltou a
ação policial que foi, verdadeiramente, um simulacro de investigação.
O desinformado vereador não
aprendeu a lição com as absurdas ações da polícia paulistana no caso da Escola
de Base, em que seus diretores foram injustamente acusados de molestar
crianças, e no caso do padre Júlio Lancelloti acusado de homossexualismo e
pedofilia na Pastoral do Menor. Estes, após serem expostos à execração pública,
pela polícia e pela imprensa, foram
todos inocentados. Mas, a vida deles jamais seria a mesma após o ocorrido.
Irapuan e seu filho Ulisses,
empresários sem qualquer mácula, estão passando por uma situação similar e
sofrendo com as acusações de gente sem caráter. Não podemos admitir que nosso
Município seja o palco para a reprise dos fatos lamentáveis ocorridos em São
Paulo.
No dia 14, o jornal Atual,
de Itaguaí, estampou em manchete de primeira página: "Arsenal
da roubalheira estourado em Muriqui".
Diante de tudo, quatro
perguntas estão por merecer resposta das autoridades:
1. Por que ninguém foi preso
nem acusado oficialmente de nada?
2. Por que um dos supostos
assaltantes de carga ficou como fiel depositário do material?
3. Por que mandar as notas
apresentadas para a perícia se é muito mais simples confirmá-las com o
leiloeiro?
4. A quem interessa
politicamente tal simulação de investigação?”
N.L.:
Pouco tempo após publiquei “Transcrevo
abaixo, a determinação do Juiz, expedida hoje, 11 de abril, no Processo nº
2008.030.000381. O Juiz de Direito da Comarca de Mangaratiba - Dr. Cláudio
Ferreira Rodrigues - determinou que o Delegado Titular da 165ª D.P. de
Mangaratiba devolva todos os bens irracionalmente apreendidos em simulacro de
investigação. Factóide que mereceu falsa manchete do jornal Atual e absurdo
discurso de um vereador mal informado na Câmara Municipal de Mangaratiba.
...Posto isto, defiro parcial liminar para
declarar a nulidade do auto copiado às fls. 34/39, determinando que a
autoridade impetrada promova a devolução de todos os bens apreendidos ao
paciente no prazo de 24 horas, sob pena de responsabilidade penal.