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segunda-feira, 24 de junho de 2013

O ARRASTÃO DAS MINORIAS

Como já disse, passei uma semana longe do computador tentando ser manipulado pelo noticiário das TVs. Não consegui o meu intento, mas nunca ouvi falar tanto em minorias. Minorias infiltradas foram inúmeras, formando um verdadeiro arrastão de minorias.
Um representante delas que vandalizou a sede da prefeitura de São Paulo foi identificado e teve que prestar declarações na delegacia. Era um branco azedo, alto, bem apessoado e bem vestido, 20 anos, estudante de arquitetura e filho de empresário. Hipócrita, disse que estava arrependido: “Errei e me arrependo, quem nunca errou que atire a primeira pedra, vou pagar o prejuízo que causei”. Dito isto, foi liberado, pegou o seu carrão e partiu.
Um autêntico representante daquelas "minorias" tão sublimadas pelo noticiário. Verdadeiros arruaceiros que os “datenas” afirmavam ser vândalos infiltrados na manifestação.
As TVs catavam – como quem cata uma agulha no palheiro – um idoso ou um trabalhador para entrevistar, tentando induzir que era o povo que estava ali naquele arrastão. Não era, o povo trabalhador queria apenas voltar para casa e muitos tinham que passar por ali.
Algo, porém, me chamou ainda mais a atenção. A TV Globo que nunca deixou de transmitir uma novela – nem no carnaval, nem no futebol – usou o horário de duas delas para promover o arrastão. Ela que escondeu aqueles milhões que se manifestaram - estes sim, pacificamente - pelas “Diretas já” no Rio e em São Paulo.
Logo depois, a Globo arrependeu-se, pois O Globo publicou um editorial – leia AQUI – intitulado “Ultrapassou os limites” condenando o arrastão.
Ah! Tinha bandidos e ladrões infiltrados? Claro! Depois do mau exemplo que  lhes foi dado pelos jovens estudantes delinqüentes e manipulados pela imprensa e pelos memes sórdidos do “feissibuque”, os facínoras se aproveitaram. A manifestação serviu como pano de fundo para que fascistas e facínoras atacassem os poderes político e econômico e mostrassem a que vieram.
Pra mim foi apenas um teste, como a Copa das Confederações, para o que vai ocorrer na Copa do Mundo.
Como poderia o Brasil viver em paz, com ordem e progresso, com incontestável melhoria no padrão de vida do povo, enquanto o mundo estava em agitação permanente contra seus governos?
E ainda realizar dois eventos grandiosos com todo o mundo de olhos voltados para nós? Por isso, a coincidência das datas – 15 de junho – para começar a Copa e o arrastão.
“DEUTSCHLAND IST ERWHACHT” (A Alemanha Acordou) dizia o slogan nazista em volta daquele símbolo nefasto que Deus há de me perdoar por reproduzi-lo aqui.
“O Brasil Acordou” é o slogan do arrastão das minorias.
O símbolo é aquela máscara fascista do grupo que enche de memes sórdidos as mentes vazias do “feissibuque”.
Claro que não foi pelos 20 centavos. Começou pelo passe livre promovido por jovens conscientes de suas responsabilidades. Mas, a manifestação foi seqüestrada por grupos fascistas que hostilizam a democracia e tornou-se um arrastão que precisa ser combatido politicamente.
A direita feliz assiste a tudo pacificamente. Militares saudosos da ditadura e temerosos com a “Comissão da Verdade” também. Ambos, porém, vibram com os arrastões e não estão de braços cruzados. Certamente, estão financiando estes eventos.
A criminalização da política e dos partidos é o combate à democracia por aqueles que querem a volta da ditadura. Mussolini governou sem partidos, Hitler tinha um partido único.
“O povo unido não precisa de partido”, dizia uma das faixas levadas pelos jovens principiantes.
Não! Protestos de rua não são para principiantes que não sabem o que há por trás das manifestações.
“É um equívoco chamar de vândalo, de vandalismo. Estamos assistindo à depredação da Prefeitura de São Paulo, do Palácio dos Bandeirantes, do Itamaraty, da Assembleia do Rio. Não é vandalismo, é uma ação política de extrema direita que quer promover o caos para que haja o retorno da ditadura militar, que é o sonho desses grupos. É algo fantasioso na cabeça dessas pessoas, mas é assim que elas pensam. Essas circunstâncias, de grupos que depredam espaços públicos, promovem saques e cantam o Hino Nacional são típicas de fascismo, é ação de política fascista. O Hitler chegou ao poder assim.”
Quem diz isso não sou eu, é o Professor da Fundação Getúlio Vargas, o cientista político Francisco César Pinto da Fonseca que ainda diz mais: “Queimar bandeira de partido político mostra intolerância típica de fascistas... São esses grupos que batem em homossexuais. O modo de ação política deles é a violência.”
O arrastão das minorias foi o resultado de a mídia tirar a legitimidade da política e dos partidos - inclusive com a ajuda do negão que batia na mulher - e estimular a descrença nos poderes constituídos. Sobrou pra ela também: o caminhão de externa da Record e carros da Band e do SBT foram incendiados.
Só não sobrou para a Globo. Ainda.

N.L.: Não pensem que sou contra qualquer manifestação popular por seus direitos. Prova disto é que estarei amanhã na manifestação contra a Expresso Mangaratiba. Apesar de não andar de ônibus, marcarei presença em apoio àqueles que necessitam deste transporte.

3 comentários:

Unknown disse...

Lacerda, o tal branco azedo, estudante de arquitetura (destruindo uma arquitetura), é filho de empresário, sabe de qual ramo? TRANSPORTES!

Mas como? Um filho de empresário do ramo de transportes, em uma passeata onde se manifestava contra o aumento das passagens e quebrando as coisas?

Há ou não há infiltração da minoria, querendo desvirtuar?

LACERDA disse...

Se for mesmo, isto só vem confirmar o que tenho escrito. As minorias - fascistas e facínoras - sequestraram uma manifestação justa.

Anônimo disse...

Lacerda,adorei seu texto.Ninguém é contra manifestações justas e pacíficas.
Não podemos aceitar é ensaio de golpe por parte de alguns,que não parecem ser minoria.São vários pequenos grupos infiltrados,formando um grupão,de carona nos verdadeiros grupos de manifestantes.