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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

TRÊS JOSÉS

Três jovens líderes estudantis. De esquerda, como devem ser os jovens estudantes, em luta por mudanças. Contra o domínio imperialista e a exploração internacional de nossas riquezas. Pela melhoria das condições de vida do brasileiro. Em apoio ao presidente João Goulart e às reformas de base.
Um deles, o mais importante dos três na época porque era o presidente da UNE, participou e até discursou no comício da Central do Brasil ao lado do Presidente, em 13 de março de 1964.
Mas, era um covarde. Logo após o 1º de abril, com o advento do golpe militar, asilou-se na embaixada do Chile. Foi para Santiago e lá viveu durante todo o período nefasto de perseguições, prisões, torturas e assassinatos das lideranças democráticas no Brasil. Com o golpe militar no Chile, fugiu novamente. Refugiou-se na embaixada da Itália e, depois, foi para os Estados Unidos.
Os outros dois Josés aqui ficaram e permaneceram no movimento estudantil, enfrentando as forças da repressão militar. Um deles até participou da guerrilha do Araguaia. Foram presos e torturados. Símbolos da resistência democrática, um ficou cinco anos preso e o outro foi banido do país em troca da libertação do embaixador americano seqüestrado em 1969.
Com a redemocratização do país, ambos ajudaram o Lula a fundar o PT e, em épocas diferentes, foram presidentes do partido. Enquanto isso, o outro participou da coordenação da campanha derrotada de FHC para o senado.
Depois, com a eleição do mais paulista dos cariocas para a presidência da república, foi ministro de estado e um dos responsáveis pela privataria tucana, esteve envolvido com a máfia das ambulâncias e dos sanguessugas. Enriqueceu. Enriqueceu a filha, sócia da filha do Daniel Dantas.
Nunca foi julgado por nada, embora as provas sejam insofismáveis, pois sempre teve o apoio incondicional da imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta.
A mesma imprensa que agora pressionou o STF para condenar os outros dois por formação de quadrilha e corrupção ativa exatamente durante a campanha eleitoral.

Assim pressionados, os doutos magistrados, sonhando com as primeiras páginas, com a capa da Veja, com a sua exaltação pelo Jornal Nacional, transformaram indícios em provas e chegaram ao cúmulo de igualar os dois Josés ao Fernandinho Beira Mar e ao Nem da Rocinha. Até compararam o PT ao PCC e, com um sorriso absurdo e cínico, comentaram que o número de condenados – treze – era muito sugestivo.
Os mesmos doutos magistrados que, livres do clamor da mídia, concederam habeas corpus ao vereador carioca que chefia uma gangue de milicianos; que concederam liminar ao Daniel Dantas; que liberaram o ex-banqueiro Salvatore Cacciola e o médico Roger Abdelmassih, permitindo que ambos se escafedessem do país; que até hoje nem se importaram com o “mensalão” mineiro do PSDB.
São três Josés. Dois - símbolos da resistência - foram condenados por fazer aquilo que faz qualquer prefeitinho de cidade caipira do interior: comprar o apoio parlamentar para os projetos do governo. Foram condenados, mas permanecerão na luta. O seu destino é lutar.
O outro – o covarde - morreu ontem. Foi trucidado politicamente pelo povo de sua própria cidade. Entretanto, permanecerá como um cadáver insepulto. O seu destino é vagar como um zumbi até destruir completamente o seu partido político.


N.L.: O “imortal” Merval Pereira minimizou do jeito que pôde a derrota de Serra. Disse que Serra já sabia de sua possível derrota, e que não queria ser candidato a prefeito. Disse que ele foi convencido a sê-lo. Logo Serra que sempre soube impor suas vontades no PSDB, passando por cima de tudo e de todos. Amanhã eu falo do Merval, o mordomo do Serra.

2 comentários:

ZARALHO- RJ- BRASIL disse...

Os três Josés, aqui citados por você tiveram a resposta pelos atos que cometeram, não podemos banalizar os crimes ou desvios cometidos por eles, os dois que ajudaram afundar o PT, são amigos do poder, se acharam acima da Lei para praticarem os desvios de conduta que se transformaram em crimes, já que quando há associação para á prática de atos ilícitos o código penal tipifica como formação de quadrilha e quando também se utiliza de meios ilegais para liberação de valores, por meios escusos e sem uma contabilidade fiscal se está incluso em penas contra o sistema financeiro nacional, portanto estes dois Josés e seus asseclas devem ser responsabilizados por todos estes atos, não podemos fingir que não houve crimes nós baseando no passado politico dos mesmos. Quanto ao terceiro José, acho que teve nas urnas a resposta para suas pretensões, quanto as acusações de enriquecimento ilícito, favorecimentos e outras maracutaias, também cabe ao ministério público apresentar denúncias afim de que seja aberto os processos, e que estes atos sejam julgados. Não podemos aqui colocar a Suprema Corte em xeque, se as provas e fatos apresentados levaram os Ministros a proferirem suas sentenças, da mesma forma que os crimes cometidos por qualquer prefeitinho do interior, quando compra apoio politico deveria também ser condenado, não podemos fechar os olhos para corrupção seja ela danosa, lesiva média, grave ou até infantil , tem que ser banida e combatida, seja lá praticada por quem quer que seja, todos devem ser iguais perante a Lei .

Zaralho 01/11/12

LACERDA disse...

Meu grande amigo, conta uma novidade aí. Não costumo discutir o óbvio.
Você acha que não podemos colocar AQUI a Suprema Corte em xeque?
Eu acho que posso. O blog é meu e é livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato (CF art. 5º inciso IV)