Braços colados no braço da poltrona, ambos olhando para a tela. Surpresa: ela entrelaçou os braços e pegou-lhe a mão. Sem dizer palavra, Anselmo desceu a mão até a coxa da garota. Sempre olhando a tela, foi puxando a saia até sentir-lhe a pele lisa e branca.
Sem olhar para o lado, alisou a perna dela até o joelho.
Surpresa maior: a perna terminava ali. Tomou um susto. Examinou a outra perna. Também terminava onde devia estar o joelho. A garota era cotó. Não podia voltar atrás. Seria humilhá-la. O filme não mais importava.
“Perdi as duas pernas num acidente de carro” – disse-lhe a garota.
“Como você veio pra cá?” - perguntou-lhe.
“Meu irmão me trouxe no colo” – respondeu ela.
Atônito, Anselmo não sabia o que fazer. Sugeriu que saíssem do cinema antes que o filme terminasse. Com um sorriso cínico, ela topou imediatamente.
Ainda no escurinho do cinema, Anselmo a pegou no colo e saíram rapidamente. Na rua, ele queria levá-la logo para casa. Ela mostrou-lhe onde morava. Anselmo, envergonhado, caminhou o mais rápido que podia.
Antes da casa, havia um terreno baldio com uma goiabeira nos fundos.
“Vamos entrar aqui primeiro” – ela pediu insistentemente.
Ele acabou atendendo a garota que sugeriu: “Me pendura na goiabeira”.
Pendurada no galho, tal como uma ginasta olímpica na barra, ela levantou as coxas e, obscena, abriu-as. Estava sem calcinha, deixando sua vulva à mostra exatamente na altura do órgão genital do rapaz.
Anselmo não conseguiu se conter. Partiu para a ação. Quando terminou, sentiu-se um crápula, um devasso.
Sem nada falar, pegou a garota e levou-a para casa. Foi atendido por uma simpática velhinha que lhe agradeceu penhoradamente por trazer sua neta de volta.
"Você foi muito bondoso e me demonstra que ainda existem rapazes caridosos” – disse a velhinha emocionada.
Arrependido, Anselmo não suportou, lágrimas desceram em sua face. Chorando, confessou o que fizera.
“Minha senhora, eu sou um canalha libertino, um calhorda desprezível e infame, um indivíduo vil e ordinário, sabe o que eu fiz com a sua neta?” – e contou-lhe todo o ocorrido.
Com um sorriso irônico, a velhinha consolou-o: “Meu filho, não se menospreze tanto assim. Infames e desprezíveis são aqueles que a deixam pendurada na goiabeira”.
Moral da estória:
Mantenha sempre elevada a sua auto-estima.
N.L.: Esta estória eu trago comigo há mais de cinquenta anos. Nem sei se é minha mesmo. Mas, a versão atual eu sei que é minha.
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