Figueiredo estava comprometido com seu antecessor (Geisel) a dar continuidade ao processo de abertura democrática que este havia iniciado. A esquerda já havia abandonado as ações violentas e o país caminhava para a paz democrática. Elementos dos órgãos de segurança decidiram, então, criar novas ameaças para justificar a volta à repressão e não perder sua condição de protetores do regime.
O Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para apurar o atentado concluiu que o capitão Wilson Machado, hoje, coronel, e o sargento Guilherme Pereira do Rosário foram vítimas de grupos que lutavam contra a ditadura.
Outras investigações, da imprensa e de organismos de Direitos Humanos, porém, revelaram que o capitão e o sargento eram os “terroristas” a serviço de radicais do regime que não aceitavam a abertura política, iniciada em 1979.
Até o presidente Figueiredo revoltado afirmou em discurso emocionado: “... se dificuldades sentem na minha presença na chefia do governo, que tratem de acertar a pontaria”.
Agora, o Procurador da República Luiz Fernando Lessa, que está à frente do grupo de trabalho denominado Justiça de Transição do Ministério Público Federal que investiga crimes cometidos durante a ditadura, aguarda os processos do atentado arquivados no Ministério Público Militar para convocar o coronel Wilson Machado e reabrir o caso na Comissão da Verdade que pretende reescrever a verdadeira história do país.
“A bomba do Riocentro foi um crime militar e não vejo como as Forças Armadas não queiram esclarecer, já que se tratou de um ato de quebra de hierarquia e contra a lei, mesmo no estado de exceção”, afirmou o procurador da República Luiz Fernando Lessa.
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