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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O PAI DO VENTO

Esse caso da professora que fingiu uma falsa megagravidez de quadrigêmeos, que exibiu o enorme barrigão em Taubaté e na TV, que recebeu doações de pessoas ingênuas e crédulas, me fez lembrar a estória do pai do vento.
O pai do vento não participou de nenhuma farsa como o marido de Maria Verônica que disse ter sido enganado pela pseudociese – vai ao dicionário, vai - e que até pediu licença do emprego para cuidar da farsante.
Foi numa pequena cidade do interior que aconteceu a estória do pai do vento.
Logo após o casamento, a mulher parou de menstruar e começou a sentir os enjoos da gravidez. A barriga foi crecendo normalmente.
Como a Maria Verônica, logo compraram o enxoval para o bebê. Naquele tempo não existia ultrassonografia e nove meses depois aguardavam com ansiedade o nascimento.
Mas, nada. O bebê não nascia. Dez meses depois, um barrigão e nada. Com onze meses, resolveram apelar para a cesariana.
Anestesia geral. O obstetra desliza com vigor e maestria o bisturi no baixo ventre da mulher. Uma lufada de ar é expelida pelo abdome. E surpresa ainda maior: a barriga murcha completamente. Não havia nada ali além do vento.
A notícia correu a cidade e logo apelidaram o marido de pai do vento.
Todos passaram a chamá-lo pelo apelido. Ele brigou com amigos, estranhos e conhecidos. Passou a andar armado e, revoltado, gritava que mataria o primeiro que gozasse com a sua cara.
Foi aí que o padre chamou-o para uma conversa em particular. Com muita habilidade, convenceu-o de que quanto mais importância desse ao apelido e à gozação pior seria para ele. Que era muito melhor levar tudo na brincadeira e que guardasse aquela arma pois logo o povo esqueceria o acontecido.
O pobre coitado se convenceu e garantiu ao padre que jamais atiraria em alguém que o chamasse pelo apelido.
Antes que saisse da igreja, o padre satisfeito benzeu-o, abraçou-o e se despediu, recolhendo-se à sacristia. Foi quando ouviu dois disparos de arma de fogo. Correu para a porta da igreja e viu o pai do vento com o revolver na mão e um homem caído sobre a bicicleta.
"O que foi que você fez? Você me prometeu. Não cumpriu com sua palavra" – repreendeu o padre.
E o pai do vento se justificou: "eu não agüentei seu padre, ele pediu meu peru emprestado pra encher o pneu da bicicleta".

Um comentário:

leila disse...

Esta mulher pariu o Vieira! Tenho plena convicção disto!