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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MURIQUI ILUMINADA


Finalmente. Após um longo e tenebroso quase blecaute, iluminaram Muriqui.
Falo apenas do meu território que fica entre a linha férrea e o mar. O restante do distrito eu não sei.
Está bonito à noite, desde a sede náutica do Iate até o Kabeça. A avenida Nações Unidas também com todas as luzes acesas.
Bem, na verdade, todas menos as duas de um poste que fica na esquina com rua Nestorzinho. Justamente na travessia de pedestres sobre a linha férrea, local escuro onde ocorrem constantes assaltos praticados pelos nossos já tão conhecidos delinqüentes domésticos.
Este poste foi o que pedi ao Secretário de Obras, em setembro, para iluminar. E ele me respondeu por escrito, em 6/10, dizendo que: Estamos já resolvendo o problema da iluminação pública, que chegou ao caos. Já temos (finalmente) a empresa contratada, que já está fazendo esses reparos emergenciais, de substituir lâmpadas queimadas aqui e ali. Mas o trabalho mesmo, nessa área, será trocar praticamente todas as luminárias e lâmpadas da cidade, por outras mais modernas, mais resistentes e de maior luminosidade. Até novembro teremos trocado 6.000 pontos de luz.
Mas vou pedir esse favor ao responsável, para substituir as lâmpadas queimadas da Nações Unidas, começando pelo poste defronte à primeira casa da rua.”
Tudo bem, foi cumprido o prometido, mas por que justamente aquele poste que eu pedi não foi iluminado?
Das duas uma: ou o Humberto não manda na Prefeitura ou é pura perseguição comigo. Ele não ilumina o poste que solicitei nem corrige o número da minha casa.


domingo, 27 de novembro de 2011

MULHERES EXTRAORDINÁRIAS

Como ganharam espaço no Extra Online, digamos que sejam extra-ordinárias. Todas são estrangeiras, demonstrando que não somos assim tão subdesenvolvidos como muitos complexados imaginam.
A russa aí embaixo, 22 anos, submeteu-se a mais de 100 aplicações de silicone nos lábios. Poderia, ao menos, querer possuir os lábios da Angelina Jolie, porém, queria mais. Seu maior desejo sempre foi ter os lábios da Jéssica Rabbit, personagem de estórias em quadrinhos.
Vejam como ela era bonitinha e como ficou.
Uma mulher americana permitiu que um falso médico lhe injetasse uma mistura de cola, cimento, óleo e selante de pneus em sua bunda e nos quadris.
Ele cobrou US$ 1.200,00 pelos procedimentos realizados em sua própria casa, na Flórida, e, agora, vai responder a processo por ter praticado medicina sem licença. Isto aconteceu na Flórida, portanto, cuidado com os procedimentos carboxiterápicos e outros tipos de aplicações realizados em Caxias, Nova Iguaçu e Campo Grande.
Depois das aplicações, a mulher teve sérias complicações e precisou ser atendida em hospital, mas parece que gostou do resultado da cirurgia.
Outra americana, esta de Houston, teve sua língua registrada oficialmente no Guiness Book como a maior do mundo. Se você tiver uma língua ainda mais extensa, corra atrás de seus direitos.
Chanel Tapper, 21 anos, ficou conhecida aos 13 anos quando publicou no You Tube um vídeo mostrando sua comprida língua que deve ter outras utilidades além da degustação, da deglutição e do importante desempenho na articulação de sons. Ela diz que pretende tentar uma carreira em Hollywood como atriz. Só se for estrelando filmes pornô.
Na Romênia, Elena Ursu, 28 anos, entusiasmada com o talento daquele menino indonésio que fumava 40 cigarros por dia, decidiu ensinar a filha de dois anos e sete meses a se deliciar com um cigarro após o cafezinho. A tresloucada genitora postou fotos e vídeos da criança fumando na internet.
A polícia de sua cidade está investigando o caso e ela pode ser punida por crueldade infantil.
Outra americana, Jéssica Callaway, 21 anos, irritada com o choro de sua filha de apenas dez meses, soprou fumaça de maconha no rosto do bebê. A polícia do Arizona levou-a em cana.
Jéssica, que também agredia fisicamente a criança, confessou os maus-tratos e alegou que estava frustrada por não encontrar a melhor roupa para sair. Ainda se justificou dizendo que tinha apenas o intuito de acalmá-la. Se a criança estivesse apática, talvez - quem sabe? - ela lhe desse um brilho para aspirar.

Esta aí em cima, Elizabeth Escalona, 22 anos, também americana, frustrada por não conseguir ensinar a filha de apenas dois anos a usar o banheiro corretamente, colou as duas mãos da criança na parede do banheiro. Parte das palmas da criança perderam a pele, ficando em carne viva. A avó teve que levá-la ao hospital aonde chegou com ossos quebrados, diversos hematomas e ferimentos na cabeça. A criança encontra-se em coma, correndo o risco de sofrer danos cerebrais.
A crueldade da mãe, segundo um de seus três outros filhos foi além. Ela arrastou a filha pelos pés e atingiu a criança repetidamente com uma jarra, um sapato, um cinto, e ainda deu-lhe chutes no estômago. Aqui, os pais costumam jogar a criança pela janela do oitavo andar.
Por fim, uma inglesa de 42 anos. Alison Brierley adquiriu hábitos bizarros desde que engravidou. Ela gosta de comer os animais mortos que encontra nas ruas.
Alison diz que é muito cuidadosa quando sai em busca da refeição: “Eu sempre uso luvas, pois não quero me arriscar com nenhuma infecção que possa prejudicar o bebê”.
Salve a mulher brasileira.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

EU, QUASE POETA

Plagiando Olegário Mariano, imortal da Academia Brasileira de Letras (cadeira 21, atualmente ocupada por Paulo Coelho):

EU QUIS QUE ELA ME QUERESSE
MAS, ELA NÃO QUIS QUE ASSIM SESSE.
AH! SE A VOZ DO MEU AMOR
ELA OUVASSE OU ESCUTISSE...
AH! SE ELA ISSE ONDE EU ISSE...
QUEM DERA EU PUDERA FOR.

EU QUIS QUE ELA ME QUERESSE
E NÃO TESSE SÓ INTERESSE
NOS PRESENTES QUE LHE TRUSSE
OU NA GRANA QUE LHE DASSE.

ELA DEU-ME UM ABRAÇO E DISSE:
QUE EU DELA ESQUECISSE,
SE HAVESSE COMPROMISSO,
SE ALGUÉM VESSE E CONTASSE,
SE O MARIDO DELA SOUBISSE
E SE EU ESTASSE POR PERTO
É CERTO QUE EU MORRISSE.

PEDIU-ME, ENTÃO, QUE ESPERASSE,
QUE PACIÊNCIA EU TIVESSE
ATÉ QUE O ESPOSO A DEIXASSE
OU QUE ELA ENVIUVESSE.

É ótimo para declamar. Tente fazê-lo pra sentir toda a poesia desses versos.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

ANTES GAGO DO QUE MUDO

Fala-se atualmente em fenômenos e números quânticos, empresa quântica, levitação quântica, psicologia quântica, vácuo quântico que é o tecido do próprio Universo, onde partículas virtuais saltam continuamente entre a existência e a inexistência.
Penso que os blogs poderiam ser considerados assim como partículas subatômicas virtuais na imensidão do ciberespaço. Este universo infinito e em constante expansão difundindo informação e cultura. Cultura quântica, por que não?
Se você nada entende de física quântica nem faz ideia do que possa ser a cultura quântica, não se preocupe, ninguém sabe. Nem eu que estou criando este tipo de cultura imaginária somente para falar sobre blogs.
A cultura, como alguns partidários do cartesianismo a veem, é linear, quadrada, burocrática, erudita. Uma criação humana útil, porém, limitada.
A cultura quântica eu imagino que é curva, natural, flexível, ilimitada, e consistiria de padrões de energia dinâmica. A energia quântica que se move 27 vezes mais rápido que a luz. A própria energia do pensamento. Energia tão imprevisível e incontrolável que torna a cultura capaz de evoluir em qualquer direção, pra cima e pra baixo, pra dentro e pra fora.
Para a cultura clássica, algo é cultura ou não é.
Na minha fantasia quântica cultural, absolutamente tudo é cultura em permanente expansão. Todos os indivíduos e grupos são agentes e sujeitos culturais que estão mais comprometidos em descobrir, investigar, experimentar, criar, imaginar, do que com o saber. Sabem que mais importante do que ser erudito é saber onde se pode conseguir a erudição. Mais importante que o conhecimento é a imaginação, já dizia Einstein.
Nosso humilde blog, por exemplo, sem qualquer compromisso com a informação e a cultura – e ainda que gaguejando – expandiu a cultura blogueira no microcosmo que é Mangaratiba.
Este sarcástico e polêmico blog provocou o despontar de diversos blogs nos distritos de nosso município. Aqui, eu dei boas vindas a todos que conheci e coloquei links para alguns, assim como muitos colocaram um link para nós. Sempre mantenho um relacionamento amigável e permanente com alguns que me fazem pensar, raciocinar, me proporcionam cultura, informação e satisfação na leitura. Como eu tento fazer aqui.
Porém, alguns presunçosos, embora contando com uma equipe de apoio formada por poetas, escritores, pintores, professores, sociólogos, filósofos, compositores, jornalistas, doutores, são blogs carentes de cultura como ESTE – restrito a fotos, notas sociais, notícias locais e afagos a políticos com um contador de visitas absolutamente cascateiro – ou ESTE - que ficou mudo entre outubro/10 e maio/11, permanecendo mudo desde então e que possui um contador de visitas ainda mais cascateiro.
Quando o contador não é do próprio Blogger, qualquer um pode começar a contagem a partir da quantidade que quiser. E você sabe que a contagem atual é mentirosa pela ausência quase absoluta de comentários.
Voltei hoje ao tema porque ainda não me recuperei do ultraje sofrido. Disseram que o meu blog do eu sozinho – coitado - gagueja.
Antes gago do que mudo.

N.L.: Alô! Humberto. O Pedrinho disse que vai agir a meu favor e tentar corrigir o número da minha casa. Como um pai amoroso e responsável que és atende ao teu filho, please.

sábado, 12 de novembro de 2011

CULTURA

Dia 5 de novembro, foi comemorado o Dia Nacional da Cultura Brasileira. Eu até pensei em escrever sobre cultura. Mas, quem sou eu – um blogueiro que gagueja (N.L.: aquele plural me atingiu) - pra falar de cultura? Eu nem sei exatamente o que é cultura.
Alguns a confundem com educação e querem jogar a responsabilidade do desenvolvimento cultural do povo de Mangaratiba sobre os sacrificados professores que já são obrigados a oferecer a educação familiar que muitos pais são incapazes de dar a seus filhos.
Talvez, não saibam que em uma escola de samba, por exemplo, existe muito mais cultura do que em qualquer colégio ou em quaisquer academias caipiras. Noel já dizia que ninguém aprende samba no colégio.
No colégio, a gente aprende a ler, a escrever, somar, diminuir, dividir, multiplicar, etc, etc.
Cultura, a gente faz. Faço eu, faz você que me lê. E mesmo quem é analfabeto faz cultura. Não é preciso ter talento nem inteligência nem conhecimento algum para fazer cultura.
O Brasil, um universo de formação multirracial, está repleto de manifestações culturais e carrega um pouco dos costumes de cada povo que aqui veio morar. Muito da nossa cultura - o candomblé, a capoeira, parte do nosso vocabulário e grande parte do nosso folclore – herdamos dos negros africanos. Dos índios, herdamos o artesanato, a pintura, comidas exóticas como o peixe com banana, a etimologia, a rede. Que talento, inteligência e conhecimento eles tinham?
Teriam eles inspiração? Ora! Inspiração nada mais é do que 99% de transpiração.
Nossa imensa riqueza cultural foi agraciada principalmente pelos europeus com o idioma, o cristianismo, a literatura de cordel, a contradança de quadrilha, as festas juninas, o carnaval, o futebol. 
Nosso povo nutriu-se com a miscigenação cultural e, a partir desta colcha de retalhos, cria a sua própria cultura, contribuindo cotidianamente para mantê-la pujante, difundi-la e aprimorando os seus valores, instituições e criações. 
Mas, o que é cultura, afinal? Defini-la não é nada fácil. Ninguém jamais conseguiu dar-lhe uma definição precisa. Em um estudo aprofundado, Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram pelo menos 167 definições diferentes para o termo cultura.
Uma delas define os elementos culturais: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamentos, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).
Cabe ressaltar inicialmente que existem distintos conceitos de cultura.
A cultura erudita, por exemplo, que a elite supõe ser a verdadeira cultura. Esta segue o pensamento iluminista francês, no qual a cultura caracterizava o estado do espírito cultivado pela instrução. “A cultura, para eles, era a soma dos saberes acumulados e transmitidos pela humanidade”.
Ou, como querem alguns, pelos sacrificados professores. Esta cultura já tomou um pé no rabo durante a Semana de Arte Moderna de 1922 quando Oswald Andrade, Villa-Lobos, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e outros menos votados implantaram o modernismo na cultura brasileira.
Nada tenho contra a cultura erudita da qual faz parte o filme “Limite”, difícil de entender, assimilar e assistir por mais de cinco minutos. Aquele barco balançando no mar durante tanto tempo ou aquela prolongada cena inútil mostrando os pés da atriz principal me faz pegar no sono. Prefiro a cultura popular que não se confunde com noções de desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos elitistas.
A cultura erudita está ligada à elite e subordinada ao capital que viabiliza esta cultura. Ela exige estudo e pesquisa para se obter o conhecimento, não é viável à maioria, mas sim a uma classe social outrora dominante. É uma cultura que a elite valoriza e acredita ser superior.
Cultura popular ou cultura de massa é a cultura vernacular e pode ser definida como qualquer manifestação cultural (dança, música, festas, literatura, folclore, artesanato, esportes, modo de falar ou qualquer outra capacidade e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade) na qual o povo produz e participa de forma ativa.
Marilena Chauí também chama a atenção para a necessidade de alargar o conceito de cultura, tomando-o no sentido de invenção coletiva de símbolos, valores, idéias e comportamentos, “de modo a afirmar que todos os indivíduos e grupos são seres e sujeitos culturais”.
Para não me alongar, sugiro ao leitor conhecer a palestra “Cultura é o quê?” proferida por Daniele Canedo – Graduada em Produção em Comunicação e Cultura (UFBA). Mestre em Cultura e Sociedade e Doutoranda do PPG em Cultura e Sociedade (UFBA). Docente dos cursos de Produção em Comunicação e Cultura (UFBA) e de Jornalismo (UNIME) – no V Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (clique AQUI).
Diante da multiplicidade de interpretações e usos do termo cultura, ela adota como referência neste trabalho três concepções fundamentais de entendimento da cultura:
1) modos de vida que caracterizam uma coletividade. Neste conceito amplo, todos os indivíduos são produtores de cultura que nada mais é do que o conjunto de significados e valores dos grupos humanos;
2) obras e práticas da arte, da atividade intelectual e do entretenimento. Esta concepção é dotada de uma visão mais restrita da cultura, referindo-se às obras e práticas da arte, da atividade intelectual e do entretenimento, vistas sobretudo como atividade econômica. Esta dimensão não se dá no plano da vida cotidiana do indivíduo, tem foco na produção, distribuição e consumo de bens e serviços que formam o sistema da indústria cultural.
3) fator de desenvolvimento humano. A cultura é instrumento para o
desenvolvimento político e social, onde o campo da cultura se confunde com o campo social.
A mestra baiana termina sua palestra afirmando que:
“De todos os modos, o papel central que a cultura exerce na vida da sociedade contemporânea exige uma atuação efetiva dos poderes públicos através da implantação de órgãos específicos para a gestão cultural nas esferas municipal, estadual e federal, e  da elaboração e execução de políticas públicas."
Isto é, não se deve transferir responsabilidades para os já tão sacrificados professores. A obrigação pelo desenvolvimento cultural de Mangaratiba terá que ser de órgãos competentes e especificamente implantados para tal trabalho.

N.L.: Pô! Ia me esquecendo. Alô! Humberto. Corrige o número da minha casa.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11/11/11

Um bebê que nasceu às 11h11 desta sexta-feira, 11/11/11, na Austrália, está sendo o centro das atenções da imprensa mundial.
Poucas horas após vir ao mundo, Max Benjamin Richards, já apareceu em emissoras de TV, jornais e sites de notícias.
Por muitos anos os números 11.11 aparecem misteriosamente para milhões de pessoas em todo o mundo. Tornou-se conhecido como o fenômeno 11.11. No dia 11 do mês 11 de 2011, um portal se abriria e uma força sobrenatural seria liberada.
Só espero que esta força sobrenatural corrija o número de minha casa.
Os numerólogos esperaram com ansiedade esta sexta-feira, 11 de novembro de 2011. Quando o relógio marcar 11h11m do 11/11/11, um raro número que, para os adeptos das ciências ocultas, pode indicar a ocorrência de eventos incomuns.
Como, por exemplo, a Prefeitura de Mangaratiba corrigir o erro cometido na numeração da minha casa.
Para a maioria das pessoas é apenas uma coincidência de relógio e calendário que acontece uma vez a cada 100 anos, mas numerólogos e esotéricos procuram sinais do que isto pode significar.
Alguns acreditam no início de um humanismo renovado, de uma nova harmonia no mundo, a abertura de um portal para outra dimensão ou até, uma revolução da consciência.
Quem sabe o Humberto, consciente do erro cometido, não terá consideração comigo?
Ano que vem, teremos o relógio marcando 12h12m do dia 12/12/12, a data do fim do mundo previsto pelos maias. Os numerólogos vão se assanhar como nunca. Assim como se assanharam em 10/10/10 às 10h10m, em 09/09/09 às 09h09m, etc, etc.
Yo que no creo em brujas, pero pienso que las hay, posto esta mensagem exatamente às 11h11m deste 11/11/11 (confira aí embaixo).

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ROLANDO LERO

Hoje, é o dia de aniversário do Dr. Humberto Vaz (fotos abaixo, sempre sorridente). Esta postagem é para dar-lhe parabéns e desejar-lhe imenso sucesso à frente da Secretaria de Obras.
Conheci Humberto em plena madrugada de Muriqui quando defendíamos um amigo comum contra a sanha achacadora de dois PMs lotados em Itaboraí. Passei a admirá-lo por seu destemor e inteligência.
Depois que assumiu a Secretaria Municipal de Obras, o cargo mais importante abaixo do prefeito, chamam-no de anjo do mal, dizem que ele é culpado por tudo de ruim que ocorre em Mangaratiba porque é ele quem manda na Prefeitura.
Sempre ouço nas ruas essa mentira e quero defendê-lo.
Este mês, obtive a prova irrefutável de que isto não é verdade. Absolutamente, não é.
Como pode ele mandar na Prefeitura se não tem poder, por exemplo, sobre o Setor de Cálculos que está subordinado a sua Secretaria? Os servidores de lá não atendem as suas ordens.
Vejam vocês: em setembro, escrevi para o Humberto reclamando do número (789) da casa para onde me mudei. Trata-se do único erro de numeração da minha rua e fica difícil receber visitas e produtos adquiridos via internet ou nas lojas físicas. Nem o serviço de entrega da Drogaria da Praça encontra facilmente a minha casa. Eles vão me procurar entre os números 781 e 807 e não me encontram, pois, minha casa é a primeira da rua.
Em resposta a minha pergunta sobre o que deveria fazer para corrigir tal numeração, Humberto me escreveu por e-mail:
“No seu caso, seu imóvel deve receber um número entre 1 e 11 (caso seu terreno tenha 12,00 metros). 13 não pode, pois será atribuído ao seu vizinho. Portanto, escolha: 1, 3, 5, 7, 9 ou 11... Sempre um número ímpar dentro do limite da testada. Um desses deveria ser o número de sua casa. Faça a escolha, traga seu nº de inscrição no IPTU e mude o seu cadastro. Eu resolvo rapidinho. Só vai dar trabalho avisar aos amigos.”
Foi o que fiz, pois não sabia que ele apenas estava rolando um lero. Fui à Prefeitura em 28/09; Humberto me apresentou ao Élcio, chefe do Setor de Cálculos, dizendo-lhe para atender a minha reivindicação; Élcio me apresentou à servidora Sônia que me mandou abrir um processo para dar início às providências.
Paguei R$ 10,90 e abri o processo nº 10.503/11 para corrigir o número da minha casa. A seguir, informei à Sônia o número do processo como havia me pedido para que ela o trouxesse para sua responsabilidade.
Voltei à Prefeitura em 15/10. Somente em minha presença a servidora pediu que o processo lhe fosse encaminhado. Ela o leu, pegou um remoto mapa quase tão velho quanto eu, todo rasgado e quase impossível de identificar ruas e números.
Examinou o mapa e, burocraticamente, veio com o lero de que o número da minha casa não pode ser alterado. Fez-me pagar R$ 10,90 para me negar um direito. Para me dizer que a Prefeitura não pode corrigir um erro cometido por ela própria.
Vi que o lero encaminhou-se para o perigoso terreno da galhofa e desisti. Concluí, então, que o Humberto não manda na Prefeitura como dizem.
É tudo caô. Lero de quem não sabe o que diz.
Tentei falar pessoalmente com o Humberto - em apenas cinco minutos, ele me ouviria e resolveria meu problema – esperei por mais de 40 minutos e não consegui. Enviei-lhe, então, e-mail relatando o ocorrido com muito mais detalhes e até hoje não obtive resposta.
Cansado de esperar, tentei outros meios. Com a ajuda do Fabrício, entrei em contato telefônico com o Ouvidor da Prefeitura, alguém que eu não conheço. Contei-lhe o ocorrido. Ele ficou de me dar uma solução e nada. Mais caô, outro lero. O ouvidor parece que não me ouviu. É um ouvidor surdo à reivindicação de um cidadão.
Creio que para eles, o meu caso está incurso no princípio da insignificância ou bagatela e não lhes cabe preocupar-se com algo tão irrelevante, nem passar por cima de regulamentos ou daquele remoto mapa de Muriqui. Não importa para eles o quanto é importante para mim a numeração correta da minha casa.
Apelo, então, para o Direito Alternativo que o Dr. Humberto Vaz conhece bem: a lei (ou os regulamentos, as resoluções, os mapas, a burocracia, etc, etc) é apenas uma fonte do Direito, o qual pode estar fora ou até mesmo acima da lei.
O detentor do poder tem que reconhecer a prerrogativa legal do cidadão reivindicar um direito individual e assegurar que ele seja atendido.
"Fiat justitia, pereat mundus".

N.L.: estive novamente na Prefeitura no dia 3 para resolver uma legalização de metragem da minha casa e cobrança indevida de IPTU. Fui atendido por Carlos Gonçalves, Superintendente da Dívida Ativa. O Carlinhos, como é chamado, me atendeu com uma elegância e educação refinadas. Fez-me sentir importante como cidadão. Com autoridade e competência resolveu o meu caso em pouco tempo. Indivíduo competente aquele carequinha.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

POBREZA EXTREMA

Li hoje na Folha de São Paulo:
O número de cidadãos que vivem na extrema pobreza aumentou em mais de um terço na última década, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.
Nos últimos dez anos, o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza cresceu em 12,3 milhões.
O Brookings Institution, que baseou seu estudo em dados dos censos realizados entre 2000 e 2009, verificou que os níveis de pobreza evoluíram de forma distinta segundo a região.
Enquanto em cidades do meio oeste a pobreza quase dobrou, em outras, do sul, avançou em um terço.
O centro de estudos destaca que a queda na renda familiar eliminou os progressos econômicos verificados na década de 1990.
Estas tendências sugerem que a força econômica do final dos anos 1990 não resolveu de forma permanente o desafio de bolsões de pobreza concentrada em certas zonas.
O menor crescimento econômico da última década, seguido pela pior recessão em anos, incrementou os bolsões de extrema pobreza mais uma vez em todo o país, particularmente nas pequenas comunidades metropolitanas e nos subúrbios.
Assim, o número de americanos que vivem na pobreza atingiu "o histórico topo de 46,2 milhões", o que equivale a mais de 15% da população dos Estados Unidos.
Enquanto isso, por aqui, quase 30 milhões de brasileiros deixaram a base da pirâmide econômica nos últimos anos, a partir de 2003.
E não me venham falar o óbvio de que a extrema pobreza de lá não é tão extrema quanto essa daqui que a Dilma há de exterminar. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

SABIÁ

Depois que me tornei um vagabundo – isso faz tempo – passei a acordar mais cedo pra ficar mais tempo sem fazer nada.
Domingo, sete horas da manhã, abri o portão para olhar a rua: vi dois sabiás ciscando na grama junto à linha férrea. Eles também me viram.

Atravessaram a rua e vieram para a minha calçada. Chegaram muito perto de mim, a quase dois metros. Era um lindo casal me olhando e eu admirando-o por mais de dez minutos.

Até que veio o caminhão de lixo e voaram. Pousaram na cerca da linha férrea e uma outra dupla de sabiás foi ao seu encontro. Parecia uma família.

Olhando aquelas aves que como eu não querem saber da praia, lembrei de Gonçalves Dias e do III Festival Internacional da Canção.

Em 1968, final da fase nacional do festival, lá estava eu no Maracanãzinho lotado. Quase todos torcíamos por Geraldo Vandré e sua canção de protesto “Pra não dizer que não falei das flores”. Chegamos a vaiar Chico Buarque e Tom Jobim e nem permitimos que se ouvisse Cinara e Cibelle interpretando “Sabiá”, a canção vencedora.

A emoção que nos transmitia a canção de Vandré, que se tornou um hino do movimento estudantil contra a ditadura, não nos deixava ver que “Sabiá” era também uma canção de protesto contra os gorilas.

A letra de “Sabiá” não era tão explícita quanto a outra, mas se a compararmos com a “Canção do Exílio”, veremos o protesto implícito e quase imperceptível.

Certamente, Chico Buarque se inspirou em Gonçalves Dias para escrevê-la e, logo após, foi exilado do país.  
Gonçalves Dias, na França, cantou a saudade que sentia do Brasil e o Chico, no Brasil da ditadura, cantou a saudade que tinha do Brasil democrático e livre da tirania militar.

No vídeo abaixo, o som do Maracanãzinho naquela noite. Prestenção que vai ouvir a minha voz no meio da multidão.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CÂNCER

Das cinco mulheres que marcaram a minha vida de forma muito especial, quatro me deixaram devido a essa enfermidade terrível.
A primeira, minha mãe, faleceu aos 46 anos após muito sofrimento. Naquele tempo, a dor somente era aplacada à base de morfina. Quase impossível de conseguir.
Depois, minha esposa que sempre teve consciência do mal que sofria. Em seguida, a minha secretária de tantos e tantos anos. A quarta, foi minha irmã que falava meu nome até o momento de dar o último suspiro.
Todas me foram muito dedicadas. Eram mulheres com todas as qualidades inerentes à natureza feminina.
Minha mulher fica revoltada quando eu brinco dizendo que só falta uma. Espero que ela não leia esta postagem.
Às vezes, fico pensando que somente pessoas verdadeiramente generosas que vivem para dar exemplo de caráter e bondade são escolhidas por Deus para passar por esse infortúnio.
Nunca vi um canalha com câncer. Ultimamente, só vejo gente boa e decente enfrentando e, muitas vezes, vencendo a doença.
Lula há de ser mais um vitorioso. Vai tirar de letra como ele declarou hoje à tarde após ser submetido à primeira sessão de quimioterapia.


Vídeo: Ricardo Stuckert/Instituto Lula