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terça-feira, 23 de junho de 2009

MANGARATIBA AMEAÇADA


Caso seja implantado, o “Loteamento Fazenda Ingaíba” trará significativo impacto ambiental à Mangaratiba. O ambientalista e engenheiro florestal Ricardo Teixeira, que atua há muitos anos na defesa da região, dá o alerta em seu blog VERDEfato: “Esse mega-empreendimento é totalmente irracional, mascarado por medidas mitigadoras de baixíssimo efeito e servirá para acabar de vez com o pouco que resta de praias em condições de uso e do único manguezal da baía de Mangaratiba.”
Diz ainda Ricardo Teixeira - nada a ver com o presidente da CBF - que o empreendimento prevê 2.205 lotes residenciais de 360m2, 10 prédios de 4 andares para abrigar 120 apartamentos, uma pousada para 80 quartos e mais 49 vilas náuticas, 50 bangalôs e um centro comercial.
Será uma nova cidade dentro de Mangaratiba com todos os impactos ambientais e sociais que se possam imaginar. Serão mais 12.000 pessoas entre residentes, empregados e população flutuante, um aumento de 40% na população atual que, pelo IBGE, é cerca de 30.000 habitantes. Haverá uma taxa de concentração desses lotes nas 13 glebas em que se subdividirá o empreendimento - ver foto acima - da ordem de 85%, ou seja, os lotes ficarão dispostos colados uns aos outros, sem intervalos, sem praças, sem áreas verdes, as quais ficarão limitadas à parte externa das glebas. Tudo isso desenhado da forma mais ultrapassada, danosa e impactante que se tem notícia nesses tempos de conscientização ecológica e de preservação do meio ambiente. A taxa de ocupação dos lotes varia de 70% a 80%, o que também se mostra altamente impactante.
Questionado em audiência pública sobre a tendência de se fazer um planejamento urbanístico-ambiental de perfil conservacionista - os chamados Green Buildings - o empreendedor afirmou que isso acarretaria um acréscimo inviável de 30% nos custos do projeto. Ficou claro que o empreendedor tem em mente apenas o lucro que o investimento irá proporcionar, e não privilegiar a questão ambiental que deveria ser tão ou mais importante do que o lucro.
O empreendimento pretende suprimir 856.295 m2 de Áreas de Preservação Permanente, incluindo-se um importante manguezal inserido na bacia hidrográfica do Rio Ingaíba. Um importante e frágil ecossistema que será destruído para receber milhares de caminhões de terra necessários para estabilização do solo, com cortes de um lado e aterros do outro, em uma perigosa e delicada operação que poderá causar o assoreamento dos rios Ingaíba e Santo Antonio, dos manguezais, das áreas de várzea e alagados, a eliminação de córregos e cursos d’água que hoje são responsáveis por toda a irrigação da área e também a destruição de nascentes. A matéria completa está no site VIVATERRA e também no VERDEfato, de Ricardo Marandino Teixeira, os quais podem ser assessados pelos links abaixo:
Diante disto, eu - Lacerda - gostaria de ver como fica a cara de pau daqueles dirigentes de ONGs que sobrevivem vendendo títulos de comendador ou obtendo vantagens com a concessão de prêmios de "destaque do ano" para políticos, empresários e municípios, pelos supostos trabalhos desenvolvidos em favor do meio ambiente.
Mangaratiba foi agraciada, este ano, com o prêmio "Destaque Nacional em Planejamento Urbanístico" do Instituto Biosfera.
A premiação é concedida a cada dois anos às cidades brasileiras que se destacam na implantação de políticas públicas que contribuam para a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida dos moradores.
Só gostaria de saber o que foi concedido em troca dessa "importante honraria".

Um comentário:

Lúcia disse...

Mais um lamentável fato sobre esse lugar que aprendi amar, já não basta a poluição de nossa praias, a falta de saneamento, ainda temos Ingaíba, reserva florestal, com aquela água translúcida, mas nem tão 100% confiável, pois quando vou lá,cada dia subo mais rio, pois acredito que alguma alma "maldita", ja desague seu
esgoto no rio, agora se por lá construírem casas,prédios, pousadas, etc, a linda paisagem cederá espaço ao "progresso" e fim de tão sonhado rio...