Total de visualizações de página

sábado, 17 de fevereiro de 2018

INTERVENÇÃO É PRENÚNCIO DE DITADURA


A diretora do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro – Joana Monteiro – afirmou que não houve uma onda de violência atípica no estado em 2018. Segundo ela, “foram registradas 5.865 ocorrências policiais, entre os dias 9 e 14 de fevereiro, enquanto no carnaval de 2017 foram 5.773 ocorrências. Em 2016, foram 9.016 ocorrências registradas e, em 2015, computaram-se no total 9.062 ocorrências policiais”.
A primeira declaração do general interventor – Braga Neto -  ao ser questionado, atribuiu o clima de fim de mundo aos excessos da mídia.
Como vemos, esse general é esperto e não foi manipulado pelo terrorismo televisivo. Portanto, bastará reunir-se com os manipuladores e ordenar: “chega de terrorismo”. E a mídia passará a exibir uma cidade pacificada.
Além disso, espalhará pela cidade seus soldadinhos, que são todos jovens e sem qualquer treinamento, para dar aos cidadãos uma sensação temporária de segurança.
Como disse, o general é esperto e não vai querer sair desmoralizado desta aventura como aconteceu com outro general na Maré. Lá, o Exército ocupou a favela por um ano e desgastou-se na relação com a comunidade, a um custo de 600 milhões de reais. E tão logo as tropas se retiraram, os problemas retornaram com mais força.
Desta vez, a inteligência militar – aquele oxímoro – deve funcionar. Vai ser um sucesso. O povo crente  que produz seus delinquentes e a criminalidade vai acreditar na farsa, vai dar graças a deus, a jesus, ao general, ao exército.  
A direita, sem candidato, vai vibrar com a possibilidade de uma intervenção em todo o país.
E aí, adeus eleição. É o prenúncio de volta da ditadura.

N.L.: o general Richard Fernandez Nunes que - como eu disse acima - saiu desmoralizado com seu fracasso no comando da intervenção na Maré, caiu pra cima: foi nomeado secretário de segurança pelo outro general.

Um comentário:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Boa noite, Lacerda.

Não acho que, por conta desta intervenção federal no RJ, retornaremos à ditadura ou ao regime militar.

Como bem posicionou-se um dos nossos mais antigos deputados, Miro Teixeira (Rede-RJ), essa intervenção federal se trata de uma "cortina de fumaça na derrota da reforma da Previdência" que o governo brasileiro não está conseguindo colocar adiante num ano eleitoral por ser algo impopular.

O parlamentar, que deve votar a favor (e eu o acompanho na condição de cidadão com minhas meras opiniões), muito bem disse que a "população do Rio de Janeiro precisava de algo desse tipo. Porque todo mundo anda assustado. Então, alguma coisa precisava ser feita. Se essa é uma decisão perfeita é outra coisa, é diferente. Se vai dar certo plenamente é outra história. Agora, é uma tentativa, nós temos que apoiar."

Talvez uma outra GLO (Garantia da Lei e da Ordem) possivelmente seria a medida mais adequada para tratar do problema no curto prazo que, como sabemos, não será resolvido em deis meses e dez dias com uma intervenção, segundo prevê o Decreto. Aliás, o presidente já está pensando em revogar o seu decreto na hipótese de conseguir apoio para fazer a reforma da Previdência! E, em tal caso, se ele voltar atrás, não poderá praticar outro ato idêntico com as mesmas motivações.

Como cidadão fluminense que sofre com os problemas da insegurança neste estado, apenas quero que o assunto venha a ser tratado com a devida seriedade pelas nossas autoridades e haja respeito pela figura do general que estará cumprindo o seu papel de interventor nos assuntos de segurança pública do Rio de Janeiro. Pois, já que estamos entrando por esse caminho, então que o prossigamos firmes até o final. Até que essa região do Brasil que é o RJ venha a ser pacificada depois de décadas entregue às organizações criminosas que dominam áreas diversas.

Ótimo domingo!