Pequenino ele nasce
No alto da serra
E depressa ele foge,
Saltando entre as rochas...
Vestido de branco,
Ele pula do alto,
Um menino correndo
À procura do mar.
Escorrega no chão,
Brincando com as pedras...
Sozinho, ele traça
Seu próprio caminho,
Caminho sem volta
Cruzando o sertão
E trazendo pra vida
Uma vida melhor.
De repente, ele para
Cumprindo a visão
Do profeta que um dia
Pregou no sertão.
Chiquinho menino
Virou Velho Chico.
Lula abriu novo caminho
Algum tempo depois...
Não está mais sozinho,
Com a transposição,
Chico já tem um irmão
E, agora, são dois
2 comentários:
Caro Lacerda.
Seria tão boa essa transposição se ainda houvesse volume suficiente de água e os impactos ambientais fossem menores...
Mas o fato é que agora o mar poderá invadir a foz do São Francisco e causar danos irreparáveis à natureza.
Infelizmente, o Velho Chico está morrendo e vem sofrendo duros golpes com várias barragens erguidas em seu curso sendo que a transposição sempre foi uma peneira para tapar o sol das imensas desigualdades sociais existentes no Nordeste e no Brasil. Como se o fato da água chegar a novas terras do Sertão fosse, por si só, reparar tantas injustiças cometidas até hoje...
Mas não nego que haverá uma riqueza econômica a ser produzida em detrimento do empobrecimento ambiental sendo que tal crescimento não garante uma satisfatória distribuição. E tão pouco o Sertão será inundado porque muitas regiões permanecerão secas.
Seja como for, a caríssima obra está entregue à sociedade brasileira e nos impõe agora o desafio de gerenciar o uso desses valiosos recursos hídricos bem como de ensinarmos os demais sertanejos que permanecerão sem acesso à água a conviverem com as dificuldades climáticas que sempre tiveram devendo aprender a prosperar nessas condições adaptados a elas.
Que o Velho Chico não morra neste século asfixiado por um desenvolvimento predatório!
Caceta! Que horror! Então, não adiantou de nada a transposição.
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