Uma Portela diferente, arrojada, criativa, empolgante, surpreendente, foi o que eu vi. Paulo Barros se deu melhor em Madureira do que em Padre Miguel.
Atualmente,
é quase impossível dizer qual Escola será campeã como eu fazia antes; mas, posso
afirmar que a Portela estará no desfile das campeãs no sábado, junto com a Mocidade.
Entretanto,
se ela for campeã não será surpresa pra mim, mesmo com aquele pequeno plágio no
seu bonito samba. Na verdade, não posso afirmar que foi um plágio, mais parece
uma coincidência musical.
A
melodia da parte da letra que diz "nessa
viagem, mais uma estrela que vai brilhar no pavilhão de Madureira" é idêntica à melodia de um samba de quadra da Império
Serrano de 1952 cuja letra dizia "essa Escola é um mistério, não digo o nome eu também sou daquele Império".
Em 1948, a seqüência de
vitórias da Portela foi interrompida
por uma nova força que surgiu no mundo do samba: a Império Serrano; fato que marcou
uma época de clima nada amistoso entre as duas escolas de Madureira,
propiciando uma antes impossível aproximação entre Portela e
Mangueira.
As duas
principais forças do carnaval passaram a desfilar em uma liga distinta,
enquanto a Império Serrano se manteve fiel a antiga Federação Brasileira
das Escolas de Samba.
A
Portela venceria o desfile de 1951, e a Império Serrano os anos de 49, 50 e 51.
A paz,
marcada para 1952, foi atrapalhada por um forte temporal que resultou numa ação
da Império Serrano para a anulação do desfile.
Foi quando a ala de compositores da Império
Serrano lançou o samba agora "plagiado":
"Não
foi Mangueira
quem anulou,
Não
foi Portela,
Também
não foi, não senhor...
Essa
Escola é um mistério,
Não digo o nome
Eu também sou daquele Império".
Nenhum comentário:
Postar um comentário