A tragédia me deixou desnorteado e somente hoje, dez dias após o ocorrido, volto a escrever. Não sabia o que pensar diante de tanta selvageria e do barbarismo das considerações sobre a carnificina de Realengo.
Quando nos deparamos com um crime absurdo como este, é natural que todos nós suspeitemos da sanidade mental de quem cometeu tal desatino.
Este vídeo de quatorze minutos, porém, mostra um indivíduo articulado, tranquilo, bem informado e com opiniões firmes, falando de seus planos de vingança contra aqueles que o maltrataram e, também, contra os outros que permitiram que o maltratassem. Porque matou as crianças, talvez, nem Deus saiba.
"Que o ocorrido sirva de lição, principalmente para as autoridades escolares, para que descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados..." – diz ele no vídeo.
Ainda não sei o que dizer do infeliz. Era um demente? Não basta ser demente para praticar tal barbaridade. Um sociopata? Quantos existem que jamais farão algo semelhante?
Eu, próprio, diante de tanta insensatez que se vê por aí, estou me tornando um. A selvageria no varejo do cotidiano não mais comove ninguém, é preciso que ela ocorra no atacado para haver comoção nacional.
Talvez, assim, aqueles que praticam ou permitem a prática do “bullying” nas escolas aprendam esta lição. Não podemos permitir que isso possa servir de exemplo a ser seguido por aqueles que atualmente sofrem a humilhação do “bullying”.
Como disse Sartre: “Nenhum ser humano nasce pronto; o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, construído a partir de suas relações sociais”.
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Um comentário:
Caramba!
Pouca falação, bem diferente de mim, porém completo!
Novamente as paralelas se encontram.
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