Total de visualizações de página

quinta-feira, 28 de abril de 2011

CRIMES EM FAMÍLIA

Enquanto a polícia continua a sua temporada de caça às mães de bebês abandonados, novos casos surgem em São Paulo.
Enrolado em papel higiênico, recém-nascido foi encontrado no lixo do banheiro de hospital em Jundiaí; enquanto na capital outro bebê foi encontrado morto no lixo de um supermercado. Uma mulher foi presa acusada de tentar matar as duas filhas gêmeas dentro de casa em São Pedro d'Aldeia, no Rio de Janeiro. As meninas, de apenas 1 ano e 7 meses, foram baleadas no peito quando dormiam.
Sempre achei que seria muito melhor se as mulheres, especialmente as paulistas, pusessem ovos. Não óvulos.
Se elas fossem como as aves, inúmeros problemas poderiam ser evitados.
A gravidez indesejada, o parto prematuro e o aborto seriam abolidos. A menstruação também. O parto sofrido e tão doloroso se restringiria a postura de um pequeno ovo mensalmente. Um ovinho assim como o de uma galinha garnizé.
Se quisesse ter um filho, bastaria chocá-lo durante 21 dias. Senão, poderia doá-lo a quem não pusesse ovos fecundados. Até poderia existir um banco desses ovos catalogados de acordo com a sua origem para adoção em vez dos depósitos de crianças abandonadas.
Seria o fim do anticoncepcional e da camisinha, essa coisa que é um verdadeiro talismã contra tesão.
As mulheres ficariam livres das estrias e da depressão pós-parto. As parteiras perderiam seu ganha-pão, os obstetras não mais seriam incomodados nas madrugadas, mas as maternidades poderiam ser transformadas em casas de saúde, melhorando consideravelmente o atendimento à saúde infantil no país.
Seria, enfim, a liberdade total para as mulheres, donas absolutas de seu próprio corpo, que não precisariam mais correr à procura de atendimento obstétrico e ficariam livres do período de resguardo. E não precisariam gastar com roupas para usar somente na gravidez.
Entretanto, não era sobre isso que eu queria falar, mas sim sobre a nova enxurrada de crimes familiares entre adultos.
Em Minas, estudante de Direito se uniu ao namorado e ao sogro para matar o pai a fim de receber o seguro do velho. Uma mulher matou o marido a facadas após ter-se irritado ao vê-lo embriagado e dançando nu em sua residência, em Belo Horizonte. Na Baixada Fluminense, pai é preso por abusar da filha de nove anos.
Vou acabar acreditando que a culpa, como dizem, é dos políticos.

sábado, 23 de abril de 2011

BANGU 19x0 MANGARATIBA

A equipe de futebol feminino do Mangaratibense foi derrotada por 19 a 0 pelas meninas do Bangu.
Na primeira rodada, as meninas de Mangaratiba foram derrotadas também por 19 a 0 pelo Duque de Caxias.
Imaginem como estará o placar do jogo com o São João de Merity.
E para que a postagem não fique assim tão curtinha vou contar uma anedotinha de humor negro. Lembrem-se que eu sou politicamente quase incorreto.

Duas amigas se encontram após muito tempo sem se verem.
Diz a primeira:
- Nossa, você ficou ótima assim magrinha. Adorei seu corte de cabelo, bem curtinho, ficou muito fashion! O que é que você tem feito?
A outra responde:
- Quimioterapia.
A primeira ainda insiste: 
- Que bom! Faculdade pública ou particular?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

POUCA FÉ E CHOCOLATE DEMAIS

Muito bacalhau - que o pobre já pode voltar a comer - muito peixe, muita festa, muito som na praia de Muriqui (incluindo o famigerado funk em carro com mala aberta), muita birita e pouca, muito pouca fé.
Abstinência somente de orações e de carne que poucos, muito poucos, sabem o porquê e é a única reminiscência das minhas sextas-feiras santas.
Naquele tempo, o comércio fechava, o rádio tocava apenas música clássica, a família se recolhia em meditação e reflexão, o pensamento voltado para Deus.
Havia canjica, farofa, mas chocolate nem pensar. Bacalhau era comida de pobre e nunca faltava.
Abstinência de carne e da carne. Sexo somente no dia seguinte.
Bebia-se vinho que Ele disse ser o Seu sangue. Vinho de garrafão. Ninguém discutia, não cantava, nem falava alto. Bares e boates fechados, cinemas exibindo “A Vida de Cristo”.
Era respeito absoluto pelo dia memorável da crucificação de Jesus. Até nos quartéis, dava-se um tempo na tortura. Bandidos e ladrões tiravam o seu dia de folga.
E chovia. Sempre chovia. Os mais velhos diziam que eram as lágrimas de Jesus triste com a iniquidade do mundo.
Era, de fato, um dia santificado para reflexão. Podia-se ouvir o som do silêncio. Mas, não era um dia triste. Havia apenas um jejum de alegria.
“Tudo que você pode abrir mão temporariamente para que melhor se concentre em Deus pode ser considerado um jejum (I Coríntios 7:1-5).”
No dia seguinte - Aleluia! - explodia a alegria. Era novamente carnaval nas ruas e nos clubes. Às dez da manhã, malhava-se o Judas. Um mártir que confiou na reação do povo em defesa de Cristo e que a igreja transformou em traidor. A gente acreditava nisso e o malhava sem piedade.
Hoje, a Sexta-feira Santa mais parece um sábado de aleluia em que a fé, o respeito e os sentimentos cristãos é que são malhados.
Feliz Páscoa!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A BARBÁRIE NO VAREJO

Como eu disse em postagem anterior, a selvageria no varejo do cotidiano não mais comove ninguém, é preciso que ela ocorra no atacado, como em Realengo, para haver comoção nacional.
Aposto que ninguém se comoveu com essas manchetes da primeira página de três jornais onlineO Globo, O Dia e Folha de São Paulo – apenas nos últimos três dias, em plena Semana Santa:
MAUS-TRATOS
Jovem trancado pela mãe em um quarto teria morrido de fome em SP
BARBÁRIE NA ZONA NORTE
Três corpos em favela de Inhaúma
CRUELDADE
Mãe é a principal suspeita de deixar filho morrer de fome trancado em um quarto
Três são indiciados por morte de adolescente em SP
Garota de 16 anos morreu após consumir drogas em pousada de Ubatuba, litoral Norte do estado
Câmeras gravam assassinato de travesti
Motivo seria roubo de R$ 800
Sumiço de R$ 8 motivou briga que acabou em morte em casamento
Noivo atropelou aposentada
Preso suspeito de ser o atirador de Santos, SP
Ataques deixaram um morto e sete feridos
Mais violência no litoral de SP: 3 jovens são mortos no Guarujá
Atirador estava em carro escuro
Falso técnico de futebol violentava meninos
Ele recrutava garotos de 12 a 14 anos nas casas em SP
Polícia de SP investiga novo caso de intolerância
Jovem com tatuagens nazistas esfaqueou dois no Jabaquara
Ladrões fazem família refém na Zona Leste
Quatro foram presos após recolher até ovos de Páscoa da casa
Mãe e filha são mortas após briga com vizinho
Motivo seria som alto
Jovem é espancado ao sair de boate gay em Campo Grande
Novela 'Insensato coração':
Antes de morrer, Henrique dá um tapa na cara de Wanda e esfaqueia tia Neném
Justiça solta assassino confesso de universitária dentro de escola em Campo Grande
Após quase 24 horas, homem mantém ex-mulher refém em SE
Chacina deixa três mortos no litoral de São Paulo
Polícia deve reconstituir hoje morte de irmãs em Cunha
Dois homens são achados mortos perto da estação de trem de Irajá
Bebê é deixado em caçamba de lixo em SP
Recém-nascido foi achado por catador na Praia Grande, litoral Sul
Criança morre após ser jogada contra parede pelo tio
Chacina deixa 4 mortos e 1 ferido em Guarulhos
Briga entre traficantes rivais em favela de Guarulhos seria o motivo
É a banalização da vida.
Dizem que a culpa é dos políticos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

HISTÓRIAS DO BRASIL

Alguns detalhes da história do Brasil foram censurados e não são apresentados em salas de aula. Para conhecê-los é necessário muita pesquisa em museus e livros antigos não didáticos. Felizmente, o Laurentino Gomes – jornalista e escritor – fez para nós uma pesquisa de dez anos e escreveu dois livros: 1808 e 1822. O primeiro ganhou o Prêmio Jabuti, considerado o mais tradicional prêmio literário brasileiro. Ganhou também o prêmio na categoria livro-reportagem e livro do ano de não ficção.
Em 1808, o autor mostra “Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”. O outro livro conta “Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado”.
Acabei de ler 1822 e tomei conhecimento da verdadeira história da independência brasileira com alguns detalhes incríveis.
Por exemplo, D. Pedro vestia roupas emprestadas por um plebeu e montava uma mula – a forma correta e segura de subir a Serra do Mar - e não o belo cavalo alazão da pintura de Pedro Américo. O grito jamais existiu, nem foi um brado retumbante. Foi apenas uma declaração proferida em conversa de D. Pedro com seus acompanhantes que não eram tantos como demostra a pintura.
O local do acontecimento, um pequeno riacho em São Paulo – hoje, apenas um canal de esgotos - ficava perto de uma venda onde a comitiva parou para descansar.
D. Pedro, na ocasião, sofria uma tremenda diarreia, tendo que parar por diversas vezes para evacuar no mato. Nesse dia, 7 de setembro, mandou a comitiva se adiantar e ficou na casa de Domitila, a futura marquesa de Santos, a 600 metros do riacho. Somente à tarde foi se encontrar com seus acompanhantes.
Até a declaração da independência, houve uma guerra longa e desgastante de 21 meses em que milhares de brasileiros e portugueses perderam a vida. E mesmo depois, inúmeras batalhas foram travadas para que a independência fosse imposta sem prejuízo da unificação do país. Portanto, não foi uma independência pacífica.
Uma dessas batalhas foi a Confederação do Equador, na qual Pernambuco e Ceará queriam formar um país republicano nos moldes dos Estados Unidos. O Frei Caneca foi um de seus líderes. Derrotado, foi condenado à forca. Três carrascos se recusaram a executá-lo. O comando da junta militar responsável pela execução de Frei Caneca decidiu, então, pelo seu fuzilamento. Esse comandante que ordenou o fuzilamento de Frei Caneca foi Francisco de Lima e Silva, pai do futuro Duque de Caxias.
Tem o título de “A Marquesa” o melhor capítulo do livro 1822. Nele, o autor aborda o romance de D. Pedro com Domitila de Castro Canto e Melo, uma mulher medíocre, semi-analfabeta e nada bonita que se tornou uma espécie de eminência parda do império. Domitila, que levou facadas do marido traído, teve 14 filhos de três homens diferentes, incluindo D. Pedro, e mandou matar a própria irmã Maria Benedita que também engravidou com o imperador. O romance somente terminou quando D. Pedro, viúvo da imperatriz Leopoldina, foi obrigado a casar-se com uma linda pseudo-princesa italiana de 17 aninhos.
Um dos bilhetes de Domitila ao imperador diz - ipsis litteris - o seguinte:
“Sinhor. Perdoe-me que le diga isto eu não preciso de conçelhos não sou como Vossa Majestade as minhas respostas ção nascidas do meu coração.”
Não deixem de ler 1822. Agora, vou ler 1808. Depois, eu conto.

domingo, 17 de abril de 2011

POLISHOP

È uma empresa distribuidora de coisas inúteis e desnecessárias. Tem um canal de TV e uma revista – Ideias! - que vende suas mercadorias importadas a preços absurdos.
Recebi a edição deste mês que promove presentes especiais para o dia das mães.
Entre eles, descobri um alongador para os dedos dos pés. Fico imaginando que criatura desnaturada será capaz de presentear a infeliz genitora com um alongador de dedos dos pés.
Abro a revista e vejo em página-dupla o anúncio do George Foreman Grill para fazer frituras sem gordura. “A gordura sai e o sabor fica”, diz o ex-campeão mundial de box que comprou a licença de fabricação do produto de um amigo que fracassara em seu lançamento.
Certa vez, ganhei um aparelho desses que permaneceu sepultado naquele cemitério de coisas inúteis que existe em qualquer domicílio.
A seguir, a revista apresenta aparelhos de ginástica com modelos esculturais que não precisaram fazer qualquer esforço para conquistar aquele corpo. “Perca peso e conquiste um abdômen tanquinho sentado em uma poltrona”, diz a propaganda. Deve existir quem acredita nisso ou a empresa não gastaria sete páginas-duplas seguidas com diversos aparelhos que “estimulam todos os músculos do seu corpo sem sair do lugar”.
Para as mulheres, tem escovas de cabelo e depiladores que custam desde R$ 360,00 até R$ 499,00. Para os homens, barbeadores desde R$ 119,94 até R$ 549,90. Para ambos, a Polishop tem o Hair Laser Slide que “interrompe a queda, aumenta o volume e faz o cabelo crescer mais rápido” por apenas R$ 999,90 à vista ou dez de R$ 99,99. Será que os carecas acreditam?
Tem também frescuras como esteiras massageadoras e hidromassagem para os pés. Um aparelho de ar-condicionado custa apenas R$ 3.599,88. Um liquidificador que também é batedeira e cortador de legumes, denominado Kitchen Revolution, custa R$ 959,88.
Quer uma padaria em casa com pão fresquinho à hora que quiser? Compre a máquina de fazer pão La Baguete Arno por R$ 839,88. É mais um candidato para aquele cemitério de coisas inúteis. Melhor fazer como eu: compro os pães no mercado, congelo e esquento-os no forno sempre que precisar. É bem mais simples, mais barato e o pão parece que saiu do forno da padaria.
São inúmeros os produtos anunciados. Vou falar apenas de mais um que minha mulher comprou há cerca de cinco anos: a máquina de limpeza a vapor Karcher. A propaganda diz que limpa paredes, cortinas, tapetes, assoalhos, etc, além de desamassar roupas com a força do vapor quente d`água.
De fato, ele limpa. Mas, o vapor esfria e vira água que escorre pelas paredes e cortinas, inundando a casa de água suja. O trabalho se torna bem maior do que a antiga forma de limpeza.
Usamos a máquina apenas uma vez. Anunciamos no Balcão e a vendemos para um incauto cidadão.

sábado, 16 de abril de 2011

MASSACRE EM REALENGO

A tragédia me deixou desnorteado e somente hoje, dez dias após o ocorrido, volto a escrever. Não sabia o que pensar diante de tanta selvageria e do barbarismo das considerações sobre a carnificina de Realengo.
Quando nos deparamos com um crime absurdo como este, é natural que todos nós suspeitemos da sanidade mental de quem cometeu tal desatino.
Este vídeo de quatorze minutos, porém, mostra um indivíduo articulado, tranquilo, bem informado e com opiniões firmes, falando de seus planos de vingança contra aqueles que o maltrataram e, também, contra os outros que permitiram que o maltratassem. Porque matou as crianças, talvez, nem Deus saiba.

"Que o ocorrido sirva de lição, principalmente para as autoridades escolares, para que descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados..." – diz ele no vídeo.
Ainda não sei o que dizer do infeliz. Era um demente? Não basta ser demente para praticar tal barbaridade. Um sociopata? Quantos existem que jamais farão algo semelhante?
Eu, próprio, diante de tanta insensatez que se vê por aí, estou me tornando um. A selvageria no varejo do cotidiano não mais comove ninguém, é preciso que ela ocorra no atacado para haver comoção nacional.
Talvez, assim, aqueles que praticam ou permitem a prática do “bullying” nas escolas aprendam esta lição. Não podemos permitir que isso possa servir de exemplo a ser seguido por aqueles que atualmente sofrem a humilhação do “bullying”.
Como disse Sartre: “Nenhum ser humano nasce pronto; o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, construído a partir de suas relações sociais”.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

BUENOS AIRES

Estamos sem palavras para descrever o bairro de Palermo. Este é o melhor lugar do mundo!!! As casas são lindas, as ruas muito largas, cada bar, loja e restaurante mais lindo que o outro e são centenas deles.
Ainda bem que mudamos de hotel, saindo do Centro, soturno à noite, para o agito de Palermo. O hotel fica exatamente no centro desse agito.
E os argentinos são tão mais educados e gentis que os brasileiros! E a elegância?
Ontem tivemos a noite "más encantadora de nuestras vidas" num lugar chamado "Te Mataré Ramirez". Teve show erótico e a melhor comida possível.
Está tudo perfeito. Todos os lugares são perfumados e sempre toca boa música. Aliás, somente ótima música. E vocês ficam aí ouvindo funk.
Parece que eles tentam fazer tudo muito bem feito, mas não percebo aquele esnobismo que acreditamos que eles tenham. Se têm, fica escondido pra usar no futebol.
E, a propósito, eu que nunca falei espanhol já estou com um "portunhol" muito bom e uma pronúncia ótima. No táxi chego a enganar o motorista, dando todo o trajeto num sotaque legitimamente portenho.
Fomos a San Isidro, 50 minutos de táxi por 35 reais. Comemos o melhor bife com fritas do mundo. Não é só propaganda, é realmente fantástico. Dá pra cortar com o garfo. E o sabor pode ser comparado ao melhor churrasco de picanha que eu já tenha feito na vida. Só que eles têm controle disso! Repetem essa carne perfeita o tempo todo.
Aliás, até o boteco da esquina serve comida maravilhosa. Eles são muito, muito caprichosos. Fazem tudo com muito cuidado.
Jantamos no Astrid y Gastón hoje. Foi o melhor jantar de nossas vidas. Lívia classificou como esplendoroso.
Sabores totalmente novos, nunca experimentados. O cara é de fato um mágico. Foram oito pratos no menu degustação (três entradas, três principais e duas sobremesas), sem falar nos pães que já eram impressionantes.
O Gastón é um cozinheiro conhecido internacionalmente, com restaurantes em todo o mundo.
Esta viagem foi realmente algo de outro mundo para nós, algo que ficará marcado para sempre.
No centro, porém e principalmente, a poluição dos carros deixa nossa roupa fedendo. A frota deles é muito antiga, há táxis depauperados ainda rodando.
Comparativamente, respiramos um ar paradisíaco no Rio de Janeiro. Acho que isso se deve a renovação dos carros ocorrida no Rio nos últimos anos.
Tínhamos lido muitas histórias sobre os taxis. De troca de notas verdadeiras por falsas, de troco em nota falsa, de dizer que você tinha dado dez quando você deu cem pesos pra pagar, de fugirem com sua mala quando você salta do carro, de ficarem fazendo trajeto mais longo... Enfim, tantas histórias que tivemos que tomar cuidado. Por isso, fui obrigado a conhecer bem o mapa de Buenos Aires e sempre indicar o destino exato e também o itinerário.
Talvez tenhamos dado sorte, mas acho difícil, já que andamos muito de táxi e encontramos ótimos e hospitaleiros taxistas.
O curioso é que eles são verdadeiros intelectuais. Discorrem sobre a economia da Argentina e do mundo. Sobre política, sobre especulação imobiliária (sabem o valor do metro quadrado em tudo que é canto da província).
Sabem muito sobre o Brasil, chegam a saber detalhes espantosos como dados estatísticos. E falam em Lula o tempo todo. Eles sentem inveja pelo Lula que deve lhes lembrar Evita. Reclamam muito de Cristina Kirchner e ficam comparando as ações dela com as que Lula tomou.
Menciono isso porque é gritante mesmo a admiração deles. Também, não é por menos, enquanto o Brasil cresceu e muito, a Argentina afundou. Agora eles veem os brasileiros circulando por aqui, bem de vida, e eles mal das pernas.
Pra não dizer que foi perfeito, ontem de manhã eu estava sonolento e peguei um táxi sem estudar o trajeto antes. Íamos para o Café Tortoni e a taxista, uma senhora, fez um trajeto esquisito. A Lívia que me chamou a atenção. Peguei o mapa na mochila e conferi que ela estava fazendo um caminho equivocado. Questionei e ela ficou muito sem graça, pediu desculpas e quis devolver o dinheiro.
Mas foi só isso. A impressão final sobre os taxistas foi muito boa.
P.S.: Estivemos no restaurante-bar Sagardi. Eles servem uns pãezinhos com todo tipo de recheio e cobertura espetados com pintxos (palitos) que ficam no balcão. Você pode pegar o que quiser, no final basta apresentar quantos pintxos tem pra pagar.

Do nosso enviado especial
à república portenha
Fábio R. Corrêa

quinta-feira, 7 de abril de 2011

DEPOIMENTO DE UM TORTURADOR

A novela do SBT apresenta ao final de cada capítulo o depoimento de um torturado pela ditadura militar. São histórias terríveis que muitos podem duvidar que, de fato, aconteceram.
Para compensar tais acusações dos torturados e não parecer que sou tendencioso, vou reproduzir o depoimento que um torturador fez à VEJA há cerca de cinco anos.
"Marcelo Paixão de Araújo prestou a VEJA um histórico depoimento de quase duas horas. Tornou-se o primeiro agente da repressão a admitir em público que torturava presos políticos durante a ditadura militar. Herdeiro dos fundadores do Banco Mercantil, Marcelo Paixão de Araújo formou-se em direito e trabalha como corretor de seguros, em Betim, a 30 km de Belo Horizonte. Em casa, tem uma biblioteca de 2.500 volumes, com clássicos da literatura brasileira até manuais de tortura.
Em 1968, Marcelo servia como tenente no 12º Regimento de Infantaria do Exército em Belo Horizonte, um dos três centros mais conhecidos de tortura da capital mineira durante a ditadura militar. Ali, permaneceu até 1971.
Na entrevista à VEJA, o ex-tenente alternou estados de humor, indo da descontração à rispidez em segundos. Aqui, ele conta como e por que torturou três dezenas de presos políticos, de 1968 a 1971.
Veja — Durante a ditadura, em depoimentos na Justiça Militar, 22 presos políticos acusam o senhor de tortura. É verdade?
Araújo — Quem lhe disse isso?
Veja — Vi nos processos na Justiça Militar. E, pela quantidade de presos que o citaram, o senhor é o agente da repressão que mais praticou torturas. É verdade?
Araújo — Sim. Todos os depoimentos de presos que me acusam de tortura são verdadeiros.
Veja — O senhor fez isso cumprindo ordens ou achava que deveria fazê-lo?
Araújo — Eu poderia alegar questões de consciência e não participar. Fiz porque achava que era necessário. É evidente que eu cumpria ordens. Mas aceitei as ordens. Não quero passar a idéia de que era um bitolado. Recebi ordens, diretrizes, mas eu estava pronto para aceitá-las e cumpri-las. Não pense que eu fui forçado ou envolvido. Nada disso. Se deixássemos VPR, Polop (organizações terroristas) ou o que fosse tomar o poder ou entregá-lo a alguém, quem se aproveitaria disso seriam os comunistas. Não queríamos que o Brasil virasse o Chile de Salvador Allende. Nessa época, eu tinha 21 anos, mas não era nenhum menino ingênuo (risos). O pau comia mesmo. Quem falar que não havia tortura é um idiota.
Veja — Como o senhor aprendeu a torturar?
Araújo — Vendo.
Veja — O que o senhor fazia?
Araújo — A primeira coisa era jogar o sujeito no meio de uma sala, tirar a roupa dele e começar a gritar para ele entregar o ponto (lugar marcado para encontros), os militantes do grupo. Era o primeiro estágio. Se ele resistisse, tinha um segundo estágio, que era, vamos dizer assim, mais porrada. Um dava tapa na cara. Outro, soco na boca do estômago. Um terceiro, soco no rim. Tudo para ver se ele falava. Se não falava, tinha dois caminhos. Dependia muito de quem aplicava a tortura. Eu gostava muito de aplicar a palmatória. É muito doloroso, mas faz o sujeito falar. Eu era muito bom na palmatória.
Veja — Como funciona a palmatória?
Araújo — Você manda o sujeito abrir a mão. O pior é que, de tão desmoralizado, ele abre. Aí se aplicam dez, quinze bolos na mão dele com força. A mão fica roxa. Ele fala. A etapa seguinte era o famoso telefone das Forças Armadas. Tinha gente que dizia que no telefone vinha inscrito US Army (indicando que era produto das Forças Armadas americanas). Balela. Era 100% brasileiro. O método foi muito usado nos Estados Unidos e na Inglaterra, mas o nosso equipamento era brasileiro.
Veja — E o que é o telefone?
Araújo — É uma corrente de baixa amperagem e alta voltagem.
Veja — De quanto?
Araújo — Posso pegar o manual para informar com certeza. Mas não tem perigo de fazer mal. Eu gostava muito de ligar nas duas pontas dos dedos. Pode ligar numa mão e na orelha, mas sempre do mesmo lado do corpo. O sujeito fica arrasado. O que não se pode fazer é deixar a corrente passar pelo coração. Aí mata.
Veja — Qual era o estágio seguinte quando o preso não falava?
Araújo — O último estágio em que cheguei foi o pau-de-arara com choque. Isso era para o queixo-duro, o cara que não abria nas etapas anteriores. Mas pau-de-arara é um negócio meio complicado. No Rio e em São Paulo gostavam mais de usar o pau-de-arara do que em Minas Gerais. Mas a gente usava, sim. O pau-de-arara não é vantagem. Primeiro, porque deixa marca. Depois, porque é trabalhoso. Tem de montar a estrutura. Em terceiro, é necessário tomar conta do indivíduo porque ele pode passar mal. Também tinha o afogamento. Você mete o preso dentro da água e tira. Quando ele vai respirar, coloca dentro de novo, e vai por aí afora. É como um caldo, como se faz na piscina. Era eficiente. Mas eu não gostava. Achava que o risco era muito alto. Afogamento não era a minha praia (risos). A geladeira, uma câmara fria em que se coloca o preso, não funcionava em Belo Horizonte. Era muito caro. O que tinha era o trivial caseiro. O menu mineiro.
Veja — O que mais tinha no menu mineiro?
Araújo — A dança da lata eu praticava muito.
Veja — Como era?
Araújo — Eu pegava duas latinhas de ervilha e abria. Depois, colocava o cara de pé, em cima.
Veja — Sangrava?
Araújo — Não. Ele falava antes disso (gargalhadas). Mas quem era mais leve agüentava mais tempo.
Veja — E quem não tinha o que dizer?
Araújo — Ia para a lata igual. Mas é muito fácil identificar quem tinha e quem não tinha o que falar.
Veja — Como?
Araújo — Militante é diferente. Jornalista é diferente de militar, que é diferente de empresário, que é diferente de militante. Ele se deixa trair por uma série de coisas. O linguajar, para começar, é diferente. Então, inocente só era torturado quando o agente era muito cru, sem conhecimento algum da práxis marxista, ou quando era um sádico. É muito fácil identificar uma pessoa que não é de esquerda. Vou dar um exemplo. Há algum tempo fui comprar dólares no Banespa, no câmbio turismo. Como até hoje tenho minha carteira militar, apresentei-a no lugar da identidade. O atendente viu a carteira, olhou para mim e perguntou:
— O senhor serviu no colégio militar?
— Tive uma época lá. Por quê? Você foi aluno lá?
— Não.
— Você foi soldado?
— Não.
— Escuta, eu te prendi?
— Não foi bem assim. Fui preso e o senhor foi o único que acreditou em mim. Apanhei com palmatória antes de o senhor chegar e me liberar.
— Sorte, hein? Já pensou se fosse o contrário? (risos).
Veja — O senhor já reencontrou alguma pessoa que torturou?
Araújo — Sim. Eventualmente, eu encontro ex-presos meus, inclusive os que apanharam. E o relacionamento não é muito ruim, não. Não é aquele negócio de dar beijinhos e abraços. Mas é um relacionamento de respeito. Há pouco tempo, aqui em Belo Horizonte, encontrei o Lamartine Sacramento Filho, que é professor em uma faculdade local. Segurei ele no ombro e disse: 'Você não me conhece, não?' Ele levou um susto. Aí eu disse: 'Você tá bom?' Ele disse que sim e não quis mais conversa. Mas também não passa batido, não (risos). Não deixo passar batido (sério).
Veja — Por quê?
Araújo — É o meu esquema. Não deixo passar batido. Não vai passar batido. Não passa batido. Vou lá, coloco a mão no ombro dele e digo: Não me esqueci de você, não. Você lembra de mim? Estamos aí. A vida continua.
Veja — Quantas pessoas o senhor já torturou?
Araújo — Não tenho idéia. Não sou igual a matador que faz talho na coronha do revólver para cada um que mata. Mas você quer um número aproximado?
Veja — Sim.
Araújo — Uns trinta.
Veja — O senhor matou alguém em sessões de tortura?
Araújo — Não. Já atirei, mas não matei.
Veja — Mas morreu gente onde o senhor servia.
Araújo — Pouca gente. O João Lucas Alves, que era um ex-sargento da FAB, foi um deles. Ele morreu na tortura.
Veja — O senhor participou?
Araújo — Não. Isso foi alguns dias antes de eu ser convocado. Depois que eu saí, se morreu alguém eu não sei.
Veja — O que é besteira e o que é verdade no que já se escreveu sobre tortura no Brasil?
Araújo — Há algumas pequenas inverdades. Mas a maioria dos fatos é correta. Há pouca besteira e muita verdade. As pessoas que participaram desse período até hoje não falaram abertamente. As altas autoridades do país foram as primeiras a tirar o seu da reta. Morri de rir ao ler o livro sobre o Geisel (refere-se ao livro que reúne as memórias do ex-presidente Ernesto Geisel, publicado no ano passado pela Fundação Getúlio Vargas). Segundo o depoimento de Geisel, ele não sabia de nada, mandava apurar tudo, era um inocente. É uma gracinha isso tudo. Todos os agentes do governo que escreveram sobre a época do regime militar foram muito comedidos. Farisaicos, até. Não sabiam de nada, eram santos, achavam a tortura um absurdo. Quem assinou o AI-5? Não fui eu. Ao suspender garantias constitucionais, permitiu-se tudo o que aconteceu nos porões. É claro que havia diversas pessoas envolvidas nisso. Mas eu não vou citar o nome de ninguém. Falo apenas de mim.
Veja — A tortura não é uma coisa desumana?
Araújo — (Silêncio)
Veja — Quem tortura age como um monstro?
Araújo — Monstro? (em tom indignado). Não. As pessoas que transitam em determinado meio tendem a se relacionar com seus pares. Então, militar andava com militar, policial andava com policial. Essas práticas eram normais entre nós. Quem eu achava que era monstro eram os sádicos. Eu mesmo afastei dois sargentos. Não queria sádicos trabalhando comigo.
Veja — O senhor não tem medo de que aconteça algo para suas filhas?
Araújo — Uma das minhas meninas estuda direito na PUC. Há um ano, um débil mental falou para toda a sala que o pai dela tinha sido do Doi-Codi, que torturava gente, esse tipo de coisa.
Veja — Ela já sabia do seu passado?
Araújo — Sim. Quando uma tinha 13 anos e a outra 14, contei tudo. Foi na época em que saiu o livro Brasil: Nunca Mais. O meu nome está lá, na segunda página, para todo mundo ver (risos). É engraçado. Todo mundo tem o livro, mas pouquíssima gente leu.
Veja — Foi difícil essa conversa?
Araújo — Não foi muito difícil, não. Sou um bom pai. Minhas filhas foram bem criadas. Conhecem o pai que têm. Eu nunca escondi as coisas. Nunca disse a elas que fui um santinho. Disse a elas que não pensassem que eu não bati em alguém. Bati, sim. Elas ficaram um pouco chocadas e disseram: 'Pai, já sabemos, mas agora pára'. Não queriam detalhes. Eu segui a minha vida. Não adianta esconder esse tipo de coisa. A verdade uma hora vem à tona.
Veja — O senhor se arrepende de ter torturado?
Araújo — Não me arrependo. Mas se você me perguntar se eu faria de novo, é outra conversa. É como você me perguntar se eu gostaria de voltar a ter 21 anos hoje. Com a experiência e o dinheiro que tenho atualmente, quero (risos). Mas não me arrependo de nada do que fiz.
Veja — O senhor faria tudo outra vez?
Araújo — Se achasse que não havia outro caminho para livrar o país do comunismo, sim. Mas, em princípio, não. Porque a tortura ou, eufemisticamente, o interrogatório por meios violentos, que não precisa necessariamente ser a porrada, causa um desgaste muito grande. Nunca me neguei a torturar alguém, porém só fazia quando havia necessidade. Mas a brincadeirinha não tem a menor graça, viu (risos).
Veja — Por que o senhor fazia isso, então?
Araújo — O índice de aproveitamento é de mais de 90%. A primeira vez que vi um interrogatório, como assistente, fiquei chocado. E olha que não tinha agressão. Foi só interrogatório policial duro.
Veja — O que o deixou chocado?
Araújo — A forma como o interrogado desmontou sem apanhar. Não adianta fazer interrogatório sem saber quem é o sujeito, de onde veio e o que faz. Era bobagem pegar um sujeito que foi flagrado com um folheto que se imaginava ser da ala vermelha do PCBR ou do PC do B. Isso não levava a lugar algum. Sabe o que funcionava demais? Um tapa com força na mesa. O cara levava um susto. E falava. Quando vi esse interrogatório, fiquei com pena do sujeito. Eram cinco pessoas em volta dele, gritando, ameaçando, chamando-o de mentiroso. Achava que o cara era inocente. Perdi a pena quando ele abriu o bico. Aí eu disse: "Ah, seu sem-vergonha, quer dizer que isso funciona". Com o tempo, vi outros interrogatórios mais duros. Em seguida, passei a atuar como agente.
Veja — Hoje, quase três décadas depois, o senhor não faz nenhuma ressalva ao passado?
Araújo — É preciso admitir que os resultados foram pífios. Atacamos muito a subversão e pouco a corrupção. A única coisa que o Geisel falou em seu livro que eu lhe dou razão é que não se pode fazer um movimento apenas contra. Tem de ser a favor de algo. Faltava isso no movimento. Houve outros equívocos. Para acabar com as lideranças de esquerda, acabaram com as de direita também. Cercearam o movimento estudantil, a política partidária. Foi uma pena. A gente podia ter aproveitado para fazer uma grande remodelação do país. Recentemente, lendo as memórias do Oswaldo Aranha, vi que ele diz o mesmo da Revolução de 1930. Tinha-se de aproveitar aquele período discricionário rapidamente, para impor com agilidade as reformas necessárias. Eu concordo inteiramente com ele.
Veja — Por que o senhor só resolveu dar esse depoimento agora?
Araújo — Porque ninguém me havia perguntado sobre isso antes."

terça-feira, 5 de abril de 2011

AMOR E REVOLUÇÃO

Hoje, às 22h15m, estreia a novela do SBT da qual este blog apresentou algumas cenas em postagem anterior sobre o holocausto da ditadura militar.
A mulher de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel que comandou a tortura no DOI-Codi em São Paulo, entre 1970 e 1974, encaminhou e-mails ao SBT temendo que a novela seja tendenciosa. Autor e diretor convidaram Ustra a dar um depoimento, mas o militar recusou.
Cada final de capítulo terá um depoimento de alguém cuja história esteja direta ou indiretamente ligada à ditadura.
Um dos pontos fortes da atração é a trilha sonora composta por músicas símbolos do protesto contra a ditadura como ‘Roda Viva’, ‘Apesar de Você’ e ‘Cálice’, todas de Chico Buarque.
Eu que sobrevivi àquela época vou acompanhar. E você que pouco ou nada sabe sobre o que aconteceu naquele período negro da nossa história, não vai?

sábado, 2 de abril de 2011

UM SER DE LUZ

Deslumbrante, apoteótica, imortal, Clara Nunes será sempre a deusa da MPB. Minha cantora preferida. Hoje, passarei o dia inteiro ouvindo-a.

Na opinião de Cauby “Ela foi uma das artistas mais amadas do Brasil e uma das mais queridas pelos colegas. Conseguiu uma proeza de poucos: ser amiga de Elis Regina”. Foi, também, a mais querida dos compositores que fizeram inúmeras canções em sua homenagem. Tanto em vida quanto após sua morte.
Entre 5 de março e 1º de abril de 1983, Clara permaneceu na UTI da Clínica São Vicente após sofrer uma parada cardíaca. Ela havia se submetido a uma simples cirurgia de varizes e teve uma reação alérgica a um anestésico.
Nesse período, a imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta especulava que ela fora vítima de aborto, tentativa de suicídio, surra do marido e outras falsas denúncias.
Na madrugada de 2 de abril, aos 39 anos, no auge da carreira, Clara faleceu vítima de um choque anafilático.

Foi velada por mais de 50.000 pessoas na quadra da Portela e, seu sepultamento, no São João Batista, foi acompanhado por uma multidão de fãs.
Em sua homenagem, a rua onde fica a sede da Portela tem o nome deste ser de luz.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

JANGO, O FILME

Realizado por Silvio Tendler, mostra um João Goulart discreto, tranquilo e preocupado com a situação do país no início da década de 60. A elite dominante - a econômica e a militar - não suportou as decisões do governo em favor do povo e promoveu o golpe de 1º de abril de 1964.
O filme tem a duração de 116 minutos e vale a pena ser visto. É uma aula sobre a história moderna do Brasil. Começa em 1947 e vai até a sua volta do exílio, morto, em dezembro de 1976

Esta “moralisação” aí em cima faz parte da propaganda do IPES – organismo de direita subvencionado pelo governo americano – contra o governo João Goulart.
Jango foi o outro notável vice-presidente que tivemos. Comparável a José Alencar. Como este, também teve um filho não reconhecido fora do casamento.