Patrimônio Histórico Nacional, Paraty é uma bela cidade colonial que preserva seus encantos naturais e arquitetônicos.
Refúgio de artistas,
hippies e índios caiçaras, Paraty tem 37.500 habitantes – apenas 1.300 a mais que Mangaratiba – e possui centenas de pousadas, bares e restaurantes; nenhum grande hotel, mas dezenas de locais históricos ou não, todos belos e preservados que merecem ser visitados; cachoeiras, centenas de embarcações sempre à disposição para visitas as suas inúmeras ilhas e 43 praias. Dezenas de alambiques que produzem as melhores cachaças do país. Bebi algumas delas. Um comércio maravilhoso no casario colonial onde se encontra o que não se vê em nenhum outro lugar como o artesanato local e o caiçara.
Paraty tem duas livrarias, um teatro, um
spa indiano, uma casa de câmbio e, pasmem, um aeroporto. Coisinhas que cativam o verdadeiro turista nacional e estrangeiro. Nas praias, poucos quiosques que não apresentam a famigerada e ensurdecedora "música" ao vivo. Funk nem pensar. Foram seis dias sem ouvi-lo. Ia dormir sob o manto de um silêncio sepulcral e despertava com o canto dos pássaros.
Quer mais? Tem a Praia dos Pelados, em Trindade, onde o nudismo é permitido. Trindade foi
um porto para os piratas que atacavam os navios em Paraty. Os moradores ainda falam em tesouros perdidos no mar. Nos anos 60, o lugar foi descoberto pelos hippies e, aos poucos, sua fama se espalhou.
Difícil é caminhar pelo Centro Histórico sobre aquelas pedras “pés-de-moleque”. Até pensei que os escravos que fizeram o calçamento estavam de muito má vontade com seus feitores. Mas, não. Soube que o calçamento era perfeito, porém, depois que fizeram o saneamento básico do local é que ficou assim.
Foi minha terceira vez em Paraty. Fiquei apenas seis dias, mas tomei um banho de civilização bem distante do carnaval funkeiro de Muriqui que novamente atingiu o auge da bosta, segundo a minha amiga blogueira que me pediu para beijar Paraty. Beijei-a todos os dias com meu olhar de admiração e inveja. Com meus ouvidos que se deliciaram apenas com o jazz e o melhor da música popular brasileira, à noite, nos bares. E com meu paladar saboreando a culinária local.
Ainda não deu para conhecer Paraty. Tenho que voltar lá outras vezes para conhecê-la melhor, ver e interagir com tanta gente bonita e educada.
Reproduzo abaixo o Calendário Turístico Cultural para 2011 em Paraty.
Ser secretário de turismo em Paraty é mole, até eu tiraria de letra. Tenho muita pena do pobre do Vitinho que recebeu como castigo a direção do turismo de Mangaratiba. O coitado já é motivo de críticas e chacotas injustificáveis, pois nem Jesus Cristo seria um bom Secretário de Turismo aqui.
Quando ouço falar em investimento no turismo de Mangaratiba, eu acho graça. Como? O que temos a oferecer? Trilhas, trilhas e mais trilhas, algumas ilhas, cachoeiras invadidas, passeios à Angra dos Reis? Ou à Paraty? Não temos comércio nem cultura, não há história, as pousadas são quase inexistentes. E as mulheres bonitas fogem daqui nos finais de semana.
Nosso turismo se restringirá sempre ao Mediterranée e ao Porto Belo. Ou ao turismo predatório que os quiosqueiros adoram.