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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

PNEUMONIA AOS 80 ANOS

Paguei caro pelo meu ingresso neste ano novo. O ano da febre amarela que será deprimente se a Copa do Mundo não salvá-lo da tristeza de ser brasileiro.
Fui levado por familiares para o Hospital São Vicente de Paulo, na Tijuca.  Passei por uma extensa bateria de exames, fui diagnosticado com pneumonia e foi decretada a minha internação, pois pneumonia após 80 anos mata se não for bem tratada.
Mas, não havia vagas e o próprio hospital me encaminhou de ambulância para o Hospital Badim, no Maracanã. Nunca tinha ouvido falar nele, e isso lá é nome de hospital... 
Mas, meu livre arbítrio tinha sido cassado e lá cheguei com todos os resultados clínicos obtidos no São Vicente de Paulo.
Pra minha surpresa, cheguei à conclusão que médico não confia em médicos, pois fui logo submetido a todos os exames novamente, perfurado sem dó nem piedade. Encaminhado a um quarto particular com acompanhante, passei a ser muito bem tratado por um bando de mulheres bonitas, simpáticas e sorridentes, que não me deixavam dormir com tanto remédio que me davam até de madrugada. Nem me deixavam sentir fome. Às seis, café da manhã; às nove, suco e biscoitos; ao meio-dia, almoço; às três, café da tarde; às seis, jantar; e, às nove, merenda.
Logo no primeiro dia, duas delas vieram me dar banho às seis da manhã. Colocaram-me nu em uma cadeira de rodas sem fundo e levaram-me para o chuveiro.
Ouvi quando uma disse pra  outra: “pequeno, não é!”
Entrei no papo e esclareci: “era bem maior, mas usei demais e... gastou”.
O hospital foi ótimo, quatro dias e noites de atendimento perfeito. Deixou-me pronto para encarar a febre amarela e nada me cobraram.
Só não sei o que o Saúde-Caixa fará com o salário da minha mulher no mês que vem. Depois, eu conto.
E por falar em febre amarela, que fim levou a dengue?